O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) confirmou a condenação da comarca de Caçador contra uma mulher e o filho dela acusados de matar um homem para receber um seguro no valor de R$ 1 milhão. Marli Aparecida Teles de Souza ficou conhecida como "Viúva Negra", porque a vítima seria o quarto homem com quem ela se relacionou e acabou morto.

Continua depois da publicidade

Os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do TJ-SC analisaram o caso no dia 22 deste mês. A decisão foi divulgada pela Corte nesta sexta-feira (26). No acórdão, eles decidiram aumentar a pena dos dois.

Marli teve a condenação elevada e terá que cumprir 18 anos, nove meses e 10 dias de reclusão mais seis meses e 18 dias de detenção. Já o filho dela, Ulisses Antônio Souza foi condenado a 17 anos, 11 meses e 22 dias de reclusão mais seis meses de detenção.

Ambos podem recorrer da decisão, mas como se trata de uma sentença de segunda instância, eles devem ser detidos para garantir o cumprimento das respectivas penas.

Relembre o caso

Marli e Ulisses foram condenados pela morte de Rui Nadarci Dias, que era pai do rapaz. A vítima e a mulher tiveram um relacionamento extraconjugal, 1993. Naquela época, Marli ficou grávida de Ulisses, que só foi reconhecido pelo pai 10 anos depois.

Continua depois da publicidade

De acordo com o TJ-SC, pai e filho quase não mantinham contato entre si, até o ano de 2013, quando Marli voltou a se aproximar de Rui. Durante os novos encontros, ela convenceu a vítima a fazer seguros de vida em nome de Ulisses. As apólices prometiam o pagamento de até R$ 1 milhão, em caso de morte acidental.

Conforme a sentença, no dia 24 de junho de 2014, Marli obrigou o companheiro a ingerir uma quantidade significativa de remédios, que acabaram matando-o intoxicado. Depois da morte, Marli, o filho Ulisses e outro filho dela, menor de idade, levaram o corpo de Rui até uma estrada afastada de Caçador. Lá, jogaram um carro em um matagal e tentaram simular um acidente, em que a vítima teria morrido por causa de um mal súbito.

Inicialmente, a polícia chegou a aceitar essa versão, mas uma denúncia acabou mudando o rumo das investigações. Foi quando a polícia descobriu a questão do seguro de vida e a possibilidade de que Marli e Ulisses pudessem ter matado Rui para sacar os valores.

Os dois foram inicialmente condenados por crimes de homicídio qualificado, tentativa de estelionato, fraude processual e corrupção de menores. A dupla tentou recorrer ao TJ-SC para anular a sentença determinada pelo Tribunal do Júri de Caçador, mas não conseguiu.

Continua depois da publicidade

Outro lado

A reportagem tentou contato com a advogada que representa Marli e Ulisses, mas o telefone dela estava desligado.