O deputado estadual Romildo Titon (PMDB) tomou posse na tarde de hoje como presidente da Assembleia Legislativa em uma cerimônia marcada por gestos simbólicos e conversas de bastidor sobre as eleições de 2014. Com o plenário tomado por lideranças políticas e membros dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o peemedebista assumiu após a renúncia de Joares Ponticelli (PP).
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O primeiro gesto foi a própria renúncia de Ponticelli, cumprindo o acordo de divisão do mandato com Titon, articulado no ano passado. O pacto sobreviveu à denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), que incluiu o peemedebista entre os acusados de participar do esquema de fraudes em licitações investigada pela Operação Fundo do Poço. A denúncia ainda precisa ser aceita pelo Tribunal de Justiça. Estavam na mesa durante a cerimônia o chefe do MP-SC, Lio Marcos Marin, e o presidente do TJ, Nelson Schaefer Martins.
Além deles, o governador Raimundo Colombo (PSD) também participou da cerimônia, prestigiada por deputados federais, desembargadores e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Em um discurso de 34 minutos, Titon intercalou bom humor e momentos de emoção ao lembrar seus 40 anos de vida pública iniciada em Monte Carlo, na época distrito de Campos Novos, definindo-se como “100% caipira”. Não citou a denúncia do MPSC, mas ressaltou mais de uma vez ter orgulho de sua trajetória. Ao lembrar de sua primeira eleição como vereador, quando só foi declarado eleito após uma recontagem de votos, afirmou:
– Naquele momento passei a acreditar na Justiça e nela acredito até hoje.
O peemedebista destacou a volta de seu partido ao comando da Assembleia depois de 26 anos. Último deputado do PMDB a comandar o parlamento, Juarez Furtado estava na plateia. Ao final da cerimônia, Titon evitou o tema que tomava conta dos bastidores: a candidatura própria do PMDB ao governo do Estado. Defendeu, apenas, que seja feita uma consulta aos filiados sobre a questão.
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Nos bastidores, defensores da candidatura própria, como o deputado federal Mauro Mariani e o ex-prefeito de Florianópolis, Dário Berger, levantavam o tema. Vice-governador e presidente estadual do PMDB, Eduardo Pinho Moreira afirmou que se a proposta deve ser votada na executiva do partido.
– Se houver unidade no PMDB e não estivermos isolados, podemos ter candidatura, sim – afirmou o vice.