Ele assumiu um time com o prestígio abalado e com estilo de atuação distante da lenda do “jogo bonito”. Mas agora Tite caminha a passos firmes com a Seleção Brasileira rumo à classificação para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, e a cada partida aumenta o prestígio dos treinadores brasileiros, que há anos estão longe dos holofotes internacionais. O Brasil inicia 2021 de forma perfeita: venceu os quatro jogos que disputou e é líder isolado das Eliminatórias Sul-Americanas.
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Os resultados foram conquistados com e sem Neymar, superando lesões que atingiram os principais jogadores, afetados fisicamente por um calendário intenso devido à pandemia da covid-19 que se propagou pelo mundo.
À frente dos atletas, o rosto sereno e os cabelos brancos de Adenor Leonardo Bacchi, o Tite, o arquiteto de um time ávido por se livrar do pesadelo da derrota por 7 a 1 para a Alemanha em 2014, que manchou o currículo do campeão mundial Felipão, e dos calafrios do futebol sem identidade que se seguiram à eliminação neste Mundial durante a segunda passagem de Dunga como técnico.
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– A importância do Tite para a seleção brasileira é enorme. Ele é responsável por um processo de transformação de um grupo de ótimos jogadores – afirmou Gustavo Hofman, comentarista da ESPN.
TRABALHO DE RENOVAÇÃO
A equipe de Tite foi construída em torno de uma ideia ofensiva coletiva e os resultados positivos surgiram na fase de classificação para 2022: vitórias sobre Uruguai, Peru, Venezuela e Bolívia sem repetir a mesma escalação. O ex-volante de 59 anos tem 79% aproveitamento em 52 jogos como treinador da Seleção. Desde que assumiu o cargo, foram 38 vitórias, 10 empates e quatro derrotas: três em amistosos e uma contra a Bélgica, nas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia-2018.

A evolução da equipe foi consolidada com a renovação em posições sensíveis. Renan Lodi e Danilo assumiram as laterais que eram de Marcelo e Dani Alves; e Douglas Luiz emergiu como parceiro de Casemiro depois da saída de Fernandinho.
– Ele é um pai para todos – disse Lodi no final de 2019, ano em que o Brasil fechou com resultados adversos após a conquista da Copa América, quebrando um jejum de 12 anos sem vencer o torneio continental.
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O título, conquistado sem Neymar, amenizou a eliminação na Rússia. E foi o prêmio para um homem que conquistou o que estava ao alcance antes de chegar à Seleção: Brasileirão, Libertadores, Sul-Americana, Recopa, Mundial de Clubes e estaduais.
– O Brasil se acostumou a ser pentacampeão mundial e o treinador não é pressionado para ser campeão sul-americano. Tite criou um repertório tático, uma variedade de táticas suficientes para chegar à Copa do Mundo e tentar vencer – reflete Paulo Vinicius Coelho, comentarista do SporTV.
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