O vexame do Brasil na semifinal abre o processo sucessório na seleção. Felipão deve ficar só até este sábado, quando o Brasil disputa o terceiro lugar na Copa. O nome mais forte para substituí-lo é o de Tite. Alexandre Gallo, coordenador das seleções de base e já escalado para dirigir o Brasil na Olimpíada do Rio, em 2016, também não pode ser descartado.
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Quem vai definir a sucessão de Felipão é Marco Polo Del Nero, eleito presidente da CBF em abril passado e com a promessa de assumir a entidade em 2015. Del Nero, fiel a José Maria Marin, não deve tomar uma decisão de forma isolada. Vai ouvir seus pares, presidentes de federações estaduais e dirigentes influentes para dar a palavra final.
Um dos líderes da preferência popular depois de conquistar a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes da Fifa com o Corinthians, Tite está sem clube desde novembro do ano passado e à espera de um convite da CBF.
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O histórico do técnico é vitorioso. Tem em seu currículo três campeonatos gaúchos, com o Caxias em 2000, com o Grêmio em 2001 e com o Internacional em 2009. No Grêmio, também foi campeão da Copa do Brasil, enquanto no Inter venceu a Copa Sul-Americana de 2009. Mas se destacou mesmo no Corinthians, onde foi “campeão de tudo”: Campeonato Brasileiro de 2011, Copa Libertadores da América e Mundial de Clubes da FIFA em 2012, Recopa Sul-Americana e Campeonato Paulista em 2013.
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Pesa contra ele a estreita ligação que tem com o clube paulista, que está na órbita do ex-presidente Andrés Sanchez, o maior desafeto de Del Nero. O dirigente ainda teme que a eventual escolha de Tite possa significar a repetição do erro cometido com Mano Menezes em 2010.
Mano, na época, dirigia o Corinthians e surfava nos bons resultados do time. Sem experiência na seleção e de pouca aceitação nacional, fracassou no comando do time brasileiro a ponto de Del Nero e Marin radicalizarem, com a volta de Felipão e Parreira.
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Outro nome que aparece é o de Muricy Ramalho, favorito de Marin. O atual presidente da CBF é um admirador declarado do treinador são-paulino. Muricy já rejeitou um convite da CBF, em 2010, do então presidente Ricardo Teixeira. Não teria o menor problema em assumir agora. Resta saber se Muricy terá paciência para comandar a Seleção – ele já anunciou para breve sua aposentadoria.
Vanderlei Luxemburgo, sem clube desde novembro de 2013, sempre aparece na lista dos selecionáveis ao comando do time nacional. Bem aceito no futebol paulista, Vanderlei também goza de prestígio entre os dirigentes do alto escalão.
Desde 2001, quando foi demitido por Ricardo Teixeira do comando da seleção, ele tem esperança de voltar ao cargo. Diz ser injustiçado, sua demissão teria sido usada por Teixeira para aliviar a pressão que sofria com comissões parlamentares de inquérito que, à época, investigavam as contas da CBF.
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Correndo por fora, mas com muito cacife, aparece Alexandre Gallo. Escolha de Marin para coordenar a base da CBF, ele trabalhou como observador de Felipão na Copa das Confederações e no Mundial. Está na pauta e não pode ser descartado. Marin já defendeu, enfaticamente, a promoção de Gallo, mas Del Nero torce o nariz para a ideia.
– Ele reconhece que o treinador é competente, mas não teria experiência para assumir a seleção principal – disse um interlocutor do futuro presidente da CBF.