A Polícia Federal vai apurar a denúncia de tiros disparados contra a casa de uma família indígena no território Xokleng. Uma equipe de agentes esteve na Aldeia Bugio na quarta-feira (3) para periciar o local e colher depoimentos. De acordo com Cleber Buzatto, do Conselho Indigenista Missionário, a dinâmica narrada pelos moradores deixa a sensação de que o objetivo não era assustá-los e sim matar.
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O ataque ocorreu por volta das 23h20min de sábado (30), véspera da Páscoa. A casa alvo dos tiros fica a cerca de 30 metros da estrada, em uma área sem iluminação pública, no limite entre os municípios de Doutor Pedrinho, no Médio Vale do Itajaí, e Itaiópolis. A área é alvo de disputa e deu origem ao julgamento do Marco Temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), com vitória dos indígenas.
Os moradores relataram às autoridades ter acordado assustados com o barulho dos disparos. Teriam sido três tiros para o alto e outros três na direção da porta. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra um projétil na parede de madeira. Após o ataque, o carro teria saído em alta velocidade, sem que os moradores conseguissem identificar cor ou modelo.
Reportagem especial conta a trajetória do povo Xokleng em Santa Catarina
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Veja fotos da PF na aldeia
Quatro pessoas estavam na residência no momento, mas ninguém se feriu. O Ministério Público Federal (MPF) foi informado na segunda-feira (1º) e acionou os órgãos de investigação. Segundo o Conselho Indigenista Missionário, uma carta feita à mão pelos indígenas pede as autoridades investiguem “a fundo os fatos para identificar e punir as pessoas responsáveis pelo ataque a tiros contra nossos familiares”.
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