Aproximadamente 18 mil joinvilenses procuraram as unidades básicas de saúde entre quinta-feira passada, quando foi registrada a primeira morte por Febre Amarela no Estado (depois de 53 anos) até terça-feira. O caso acendeu um alerta nos profissionais da saúde e também a preocupação na população.

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Entenda o que é a doença e tire dúvidas sobre contágio, sintomas e prevenção.

O que é febre amarela?

— É uma doença infecciosa causada por vírus, que se manifesta por febre, dor no corpo, amarelão, fraqueza e com alto risco de morte em suas formas graves.

Quais são as áreas de risco?

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— Onde já há casos confirmados da doença, mortes de macacos por febre amarela e detecção do vetor (mosquito). Ainda assim, as áreas consideradas de maior risco são os locais de matas, florestas, rios, cachoeiras, parques e o meio rural.

Qual é o transmissor (vetor) ?

— Na forma silvestre, o vetor (mosquito) é o Haemagogus e o Sabethes. Eles são encontrados em áreas de mata. Já na febre amarela urbana, a doença é transmitida pelo Aedes aegypti e Albopictus. Daí a grande importância de controle desse vetor, pois, além da dengue, zika e chikungunya, também pode transmitir a febre amarela. Ao picar um macaco ou uma pessoa doente por febre amarela, o mosquito adquire o vírus e, depois de alguns dias, quando picar outros macacos ou humanos, transmitirá a doença.

Qual o papel dos macacos na transmissão da doença?

— Eles não transmitem a febre amarela. Adoecem e morrem da mesma forma que os humanos. Por isso, a morte de macacos é um sinalizador da presença do vírus na região.

Primatas são sentinelas do vírus
Primatas são sentinelas do vírus (Foto: Félix Zucco, BD, 18/5/2018)

Quanto tempo leva da picada até o início dos sintomas?

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— Geralmente de três a seis dias após a picada, podendo levar até 15 dias.

Quais os sintomas?

— Incluem febre súbita, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas e no corpo, náuseas, vômitos e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após os sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% dos casos apresenta um breve período de melhora e, então, desenvolvem uma nova fase mais grave da doença. Nesses casos, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. De 20% a 50% das pessoas que desenvolvem a forma grave da doença morrem.

Os sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças? É necessário fazer o diagnóstico diferencial?

— Podem ser confundidos com outras infecções agudas febris. O diagnóstico da forma leve e da forma moderada é difícil, pois pode ser confundido com outras doenças infecciosas do sistema respiratório, digestivo ou urinário. Formas graves com quadro clínico clássico ou fulminante devem ser diferenciadas de malária, leptospirose, febre maculosa, dengue e outras arboviroses (doenças transmitidas por insetos), e também dos casos fulminantes de hepatite.

Qual é o tratamento?

— Não há tratamento específico para a doença. O médico deve tratar os sintomas, como febre, dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos, e oferecer suporte. Assim como na dengue, antiinflamatórios e salicilatos (AAS) devem ser evitados, pois o uso pode favorecer sangramentos. O paciente deve ser acompanhado de perto e o médico deve estar alerta para qualquer sinal de piora do quadro clínico.

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Em que horário há maior risco de ser picado pelo mosquito vetor?

— Os vetores transmissores da febre amarela têm hábito diurno, realizando o repasto sanguíneo (alimentação) durante as horas mais quentes do dia.

A febre amarela é contagiosa?

— Não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa ou de animais (macacos) às pessoas. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.

Como a doença pode ser evitada?

— A melhor forma de evitar é por meio da vacinação, que está disponível nas unidades de saúde. Também se recomenda proteção individual com o uso de roupas de mangas compridas, repelentes e mosqueteiros.