Uma cerimônia de entrega de 40 retroescavadeiras para prefeitos gaúchos serviu para a presidente Dilma Rousseff abordar o programa Mais Médicos e, neste contexto, afirmar que pretende contratar profissionais formados no Exterior. Será uma autorização exclusivamente para a atenção básica.

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– A prioridade é médicos formados no Brasil. O governo paga R$ 10 mil por mês para cada médico. Não havendo médicos para preencher essas vagas, as preencheremos com estrangeiros – disse a presidente, neste sábado, diante de uma plateia de políticos e de prefeitos na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).

Dilma afirmou que a proporção de médicos formada no Exterior, por aqui, é baixa – 1,79%. Citou a Inglaterra como exemplo de situação diferente, já que lá 37% dos profissionais, segundo ela, vêm do Exterior.

A presidente lamentou que o Brasil disponha de menos médicos por habitantes (1,8 por mil) do que os países vizinhos. Usou o fato como uma das justificativas para o Mais Médicos. Criticou, ainda, a distribuição desigual:

– Os médicos são distribuídos desigualmente. Setecentos municípios brasileiros não têm nenhum.

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No discurso, Dilma também fez críticas veladas à categoria – que protestou contra a iniciativa. Ao citar 3.511 municípios inscritos no Mais Médicos, com 15.560 vagas, lembrou que houve 18.450. Mas problemas diminuíram o montante apto a participar do programa.

– Somando e diminuindo, em torno de mil médicos brasileiros cumpriram todos os requisitos. Tirando Manaus e Brasília, o resto todo escolheu o litoral – explicou a presidente, irônica, mostrando um mapa com a região litorânea em verde e o resto do país em vermelho. Era o retrato da distribuição do programa, o que arrancou risos da plateia.

Então, ela arrematou:

– Passaremos para a seleção dos médicos com diploma no Exterior.