Uma investigação de dois meses e meio revelou um caso chocante de violência sexual infantil em uma família de Pomerode, no Médio Vale do Itajaí. As apurações também trouxeram à tona a venda de imagens dos estupros numa rede nacional de pedofilia. O agressor é um homem de 36 anos, que pode pegar até 40 anos de sentença.
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A série de crimes começou a ser apurada quando o criminoso tentou sequestrar uma menina e a criança conseguiu escapar e pedir ajuda. A polícia fez a prisão e teve autorização da justiça para analisar o celular dele. No aparelho encontrou fotos e vídeos dos abusos de três meninas de 12, 8 e 7 anos. Todas irmãs, sobrinhas do agressor.
Segundo o delegado Antonio Lucio Antunes Godoi, o homem comercializava os vídeos na internet. No telefone também havia material de outras crianças que agressor recebia e compartilhava. Os conteúdos foram encaminhados às polícias de todo o Brasil, para tentar descobrir quem são as vítimas que aparecem nas imagens.
Os estupros dentro de casa
Com base nas gravações obtidas do celular do criminoso, a polícia concluiu que as meninas eram estupradas dentro da casa onde moravam. Os familiares negaram ter conhecimento dos fatos, mas o delegado acredita que já havia uma suspeita.
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Isso porque o tio já respondeu por abuso sexual infantil em outros dois inquéritos, de 2012 e de 2015. Os crimes ocorreram em Pomerode e atualmente ele estava em liberdade por regressão de regime.
Conforme Godoi, ainda não é possível dizer desde quando as sobrinhas eram violentadas, mas as provas encontradas no celular do homem apontam que as agressões se repetiram ao menos pelos últimos dois anos.
— A nossa psicóloga ao analisar o caso solicitou uma perícia judicial psicológica para avaliar o núcleo familiar, para a apartir disso a gente conseguir ver uma linha do tempo de quando a situação começou — explica.
As vítimas estão recebendo acompanhamento do serviço social.
Jogos no celular eram armadilha do pedófilo
Além do abuso das próprias sobrinhas, o homem aliciava crianças e adolescentes pela internet. A polícia chama a atenção que todo o enredo se construía a partir do contato entre o agressor e as vítimas através de aplicativos de jogos pelo celular. Nestes casos, o pedófilo as convencia de enviar imagens nuas em troca de recompensas “digitais”, como diamantes e vidas extras nos jogos.
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São situações bem semelhantes ao caso apurado em Indaial, cidade vizinha a Pomerode, onde dois meninos 11 e 12 anos chegaram a enviar conteúdo para um homem que lhes ofereceu vantagens num jogo on-line. A mãe de um dos garotos descobriu e procurou a polícia.