A subida estava prevista para a semana passada. Quatro anos depois de escalar o Morro do Cambirela pela primeira vez, o estudante de 22 anos não via a hora de viver uma nova aventura. Queria levar com ele a namorada, de 21, mas um compromisso a impedia de acompanhá-lo naqueles dias.

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O passeio, então, ficou para a semana seguinte, na mesma quarta-feira que o pico amanheceria branquinho de neve. Preparados e bem equipados, com roupas impermeáveis, comida, água, barraca e até medicamentos, o casal começou a caminhada às 9h30min, carregados com mochilas de 15 quilos cada um. Às 15h30min chegava ao primeiro pico, o segundo mais alto. Mas nem a preparação foi suficiente: 18 horas depois, pediam ajuda. Sem se identificar, eles aceitaram conversar com o Diário Catarinense.

Diário Catarinense – Vocês foram ver a neve?

Homem – Não. Já estávamos preparados há mais de uma semana. Saímos na quarta de manhã e voltaríamos na sexta à tarde. Estávamos equipados e levamos tudo o que precisaríamos.

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DC – Então por que pediram ajuda?

Homem – Acampamos perto de um riacho, onde tomaríamos água. Mas o chão estava muito escorregadio e perigoso e seria praticamente impossível chegar lá. Então, calculamos o quanto ainda tínhamos de água e vimos que não seria o suficiente. Resolvemos voltar e ficamos com medo.

DC – Por quê?

Mulher – Subir não dá medo. Você não olha para ver a altura que está deixando para trás. Mas descer é bem mais complicado, ainda mais depois de uma madrugada inteira de chuva.

DC – Já haviam feito trilhas antes?

Mulher – Já fiz a da Pedra Branca e outras trilhas menores, de acesso às praias. E ele já tinha vindo ao Cambirela com um grupo.

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DC – Vocês encontraram outras pessoas por lá?

Mulher – Tinha muita gente descendo o morro ontem (quarta-feira), depois que chegamos lá. Cruzamos com pelo menos dez. Entre eles, o casal que também acabou resgatado e conversou com a gente.

DC – E pensam em voltar?

Mulher – Nunca mais. Foi minha primeira e última vez aqui.

>>Assista ao vídeo do momento do resgate: