A mãe de Géssica Tizon, de 21 anos, assassinada a facadas pelo próprio pai em Rodeio, no Médio Vale do Itajaí no dia 12 de abril, publicou uma mensagem nas redes sociais nesta quinta-feira (23), lamentando a perda da filha e falando sobre o medo que tinha das ameaças e agressões sofridas pelo ex-companheiro.
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“Eu sei que sou culpada por não sair antes, mas eu tinha medo de que ele fizesse o que fez”, lamentou a mãe.
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Na publicação, ela também fala que “apanhou calada” para evitar que uma coisa como aquela pudesse acontecer. A mãe se refere à Géssica como “bonequinha” e fala sobre a saudade que tem da filha e do quanto está sofrendo com a perda.
“Deus, aonde foi que eu errei para que o senhor quisesse minha bonequinha novamente? Estou sofrendo tanto, sinto tanta falta, choro, e isso não passa, esse pesadelo não tem fim”, escreveu.
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De acordo com o depoimento da mãe à polícia após o crime, o homem tinha histórico de agressividade e ameaçava a companheira frequentemente. No dia do assassinato, a mãe havia conseguido uma medida protetiva contra o companheiro e foi para a casa dos pais.
O pai de Géssica, de 42 anos, está preso preventivamente. Além de matar a filha ele também esfaqueou a então companheira, os sogros e o cunhado. De acordo com a polícia, o homem deve responder por homicídio qualificado tentado de duas vítimas, feminicídio tentado de duas vítimas e feminicídio consumado de uma vítima.
Noite do crime
A família que presenciou o assassinato de Géssica contou no depoimento à polícia como foi a noite em que o crime aconteceu. Ainda muito abalados com toda a situação, os avós, o tio e a mãe deram detalhes aos investigadores sobre como tudo ocorreu.
De acordo com o delegado, o homem de 42 anos, pai de Géssica, já teria chegado ao local atirando e posteriormente agrediu todas as pessoas que tentaram defender a companheira, mãe de Géssica.
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O homem teria atacado primeiro o sogro, depois a sogra, em seguida o cunhado e na sequência a companheira. Géssica viu a cena e tentou defender a mãe, mas acabou sendo atingida com uma faca pelo pai e não resistiu aos ferimentos.
A jovem não morava mais com os pais, mas naquela noite foi até a casa dos avós ao saber da medida protetiva que a mãe havia conseguido e, preocupada, foi ver como ela e os irmãos estavam.
Homem queria assassinar a esposa e quem o atrapalhasse
O homem queria assassinar a esposa e quem atrapalhasse, segundo a Polícia Civil. De acordo com a investigação, o fato de o homem ter ido até o local do crime com arma de fogo e uma faca é o principal indício de que ele estava motivado a cometer o ato.
Segundo o delegado, o homem iria matar a mulher e “qualquer pessoa que tentasse fazer a defesa dela”. O fato de ele ter ido armado ao local é o que reforça essa tese.
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— É o principal indício de que ele iria cometer o crime e matar quem tentasse impedir o plano criminoso — afirma o delegado.
Assassinato chocou a cidade
Ainda é difícil para os moradores de Rodeio acreditarem que Géssica foi assassinada pelo próprio pai. Um dia depois do crime, vizinhos e parentes foram até a casa e, incrédulos, diante de marcas de sangue espalhadas por todos os cantos, dividiram lembranças que têm da família, exemplo de união.
Janaína Marcola, 23, não conseguiu controlar as lágrimas ao falar da amiga, com quem cresceu e estudou. Na vizinhança, o crime espantou não só pela crueldade como também por ninguém nunca ter notado qualquer problema entre os pais de Géssica. Morando há mais de 20 anos no mesmo lugar, as referências sempre foram as melhores.