Goleiro, profissão de risco. Ainda mais se o time estiver na zona de rebaixamento. A pressão aumenta. Defender a trave de Avaí, Chapecoense, Criciúma e Figueirense exige um pouco mais do que técnica ou reflexo. Por outro, Vladimir, Tiepo, Luiz e Matheus Vidotto, respectivamente, têm a oportunidade de crescer na carreira. Quem já esteve sob um travessão garante.
Continua depois da publicidade
Para o ex-goleiro de Grêmio Barueri e Bahia e atual gestor do Almirante Barroso, Renê Marques, o goleiro pode se beneficiar da situação ruim da equipe na competição. Porque tem chance de ser destaque e mostrar serviço se conseguir lidar com a pressão.
– Vivi isso pelo América–RN (no Brasileirão de 2007, quando o time foi rebaixado). É a posição que mais aparece, de forma positiva e negativa. O jogador bem preparado, apesar de time em colocação ruim, aparece bem. Os goleiros de Chapecoense e Avaí são exemplos. Apesar da situação dos times, fazem um grande papel – apontou o ex-jogador.
Também ex-goleiro e desde 2008 como treinador, Gilmar Dal Pozzo, reconhece que um time na zona de rebaixamento faz o jogador de qualquer posição não atuar de forma natural por conta da responsabilidade maior. Para o atual técnico do Náutico, equipe finalista da Série C, o goleiro que tiver personalidade neste momento pode colher frutos nas temporadas seguintes.
_ Acho que esta é a principal palavra, Ninguém vai ajudar você se você não se ajudar. Alguns podem fraquejar, mas na minha trajetória cresci muito quando passei por isso, embora nunca tenha sofrido um rebaixado. Com personalidade se pode sair. Não adianta lamentar ou se fazer de coitado. É uma situação que faz o atleta amadurecer Acho que este é um ponto positivo, te dá experiência boa para trabalhos futuros – pondera o treinador que já trabalhou na Chapecoense e no Criciúma, entre 2012 e 2014.
Continua depois da publicidade

Vladimir, Avaí
30 anos – 1,90m
Brasileirão 2019
20 jogos – 26 gols sofridos (1,3 por jogo)
43 defesas simples (2,15 por jogo) – 18 defesas difíceis (0,9 por jogo)
Nas duas primeiras vitórias do Avaí, ambas fora de casa e diante de Fluminense e Athletico-PR, Vladimir foi peça muito importante. As duas partidas comprovaram o quanto o Leão será dependente dele – ou outro goleiro – para conseguir vencer jogos e conseguir escapar do rebaixamento. Emprestado pelo Santos, no Leão da Ilha tem a maior quantidade de jogos da carreira e demonstra que pode ser pilar para o time se reerguer no Brasileirão 2019.

Tiepo, Chapecoense
21 anos – 1,83m
Brasileirão 2019
20 jogos – 33 gols sofridos (1,6 por jogo)
46 defesas simples (2,3 por jogo) – 23 defesas difíceis (1,1 por jogo)
Assumir a responsabilidade é algo que Tiepo demonstrou nesta temporada. Virou goleiro titular por conta de ausência de jogadores experientes da posição – João Ricardo (afastado por suspeita de doping), Ivan (desligado por indisciplina), Vagner (lesionado). Entrou na fogueira da reta final do Catarinense 2019. Faz um bom Brasileirão, foi destaque da equipe em jogos do começo da competição. Tem confiança para seguir na posição.
Continua depois da publicidade

Luiz, Criciúma
36 anos – 1,89m
Série B 2019
16 jogos – 17 gols sofridos (1,06 por jogo)
23 defesas simples (1,4 por jogo) – 11 defesas difíceis (0,7 por jogo)
No clube desde 2014, Luiz tem identificação com o Criciúma. Além disso, tem experiência no futebol e sua liderança será importante para que a equipe consiga reagir na Série B 2019 e alcance a permanência. Pode até não contar com números tão altos, mas sua condição em relação aos companheiros será determinante para a reta final do Tigre. É o capitão da equio e sua liderança deve ser levada em consideração pelo novo técnico Roberto Cavalo.

Matheus Vidotto, Figueirense
26 anos – 1,89m
Série B 2019*
8 jogos – 11 gols contra (1,3 por jogo)
15 defesas simples (1,9 por jogo) – 7 defesas dificeis (0,9 por jogo)
Formado pelo Corinthians, deixou o clube paulista para ser testado. A chance de jogar surgiu apenas depois que Denis, grande nome do Figueira no primeiro semestre, deixou o clube na justiça. Pela primeira vez na carreira, o jovem tem uma sequência de partidas. Com o passar do tempo, a segurança para atuar aumenta, mas vai precisar demonstrar mais dentro de campo à medida que ganha ritmo de jogo. Tem a missão mais difícil entre os goleiros dos times de SC.
Continua depois da publicidade
*não contabilizado o jogo contra o Atlético-GO, na última sexta-feira.
Fonte: Footstats