Times de beisebol e softball da Grande Florianópolis estão mobilizados em busca de um espaço adequado para treinos e competições no Estado. O cenário atual que equipes como o Floripa Ichiban e Continente Dragons lidam frequentemente é o de campos menores do que o ideal, mato alto e falta de estrutura básica para os treinos.
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Para que a prática do esporte não seja interrompida, atletas e comissão técnica se unem e buscam alternativas. Praças, espaços de forças de segurança e campos de futebol de bairros têm abrigado por anos os grupos que semanalmente treinam rebatidas, corridas e arremessos.
— Desde quando começou o time, nós nunca tivemos um espaço fixo que pudéssemos usar. Sempre foi um clube que nos emprestou, o terreno de alguma empresa que deixou a gente jogar, um espaço público que não estava sendo utilizado e nós aproveitamos… Então, quando esses espaços públicos iam ser utilizados, ou alguém iria começar a cobrar, a gente tinha que se deslocar. E nenhum desses espaços, desde o início das atividades, tinha as dimensões corretas para jogar o esporte, nós sempre adaptamos — explica a atleta e membro da comissão técnica do Floripa Ichiban, Shantau Stoffel.
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Fora da Ilha de Santa Catarina as equipes encaram o mesmo problema. De acordo com Carlos Zaze, que é atleta e um dos responsáveis pelo Continente Dragons, o campo de futebol em Palhoça, que é usado para os treinos de beisebol e softball, foi encontrado sem condições para uso e adaptado para que a equipe conseguisse treinar.
— Quando a gente chegou ali, o campo era só mato até a altura do joelho. Daí começamos a roçar, arrumar o campo – que não é para este esporte, mas enfim – e a gente sempre treina. Tem mulheres, crianças, filhos de atletas… tem treinos que participam 25, 30 atletas e estamos firmes. A gente não desanima, mas o ideal seria ter um campo específico para esta prática porque em uma rebatida a bola vai longe — diz Zaze.
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Com o objetivo de chamar a atenção de agentes públicos e privados, um abaixo-assinado foi elaborado pela equipe, reforçando a necessidade de um local que abrigue o campo em formato de diamante, que deve ter cerca de 130 metros.
— A gente já perambulou por Florianópolis… Estamos com um abaixo-assinado para conseguir que órgãos públicos possam nos assessorar. Hoje a gente pratica [o esporte] porque somos teimosos. A gente insiste, persiste para que a gente consiga chamar atenção. Empresas privadas no japão ajudam times do mundo todo, mas, para isso é preciso ter um espaço físico — afirma o atleta do Floripa Ichiban Gedson Castro.
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Em todo o Estado existem mais de 10 times de beisebol e softball, mas nenhum deles treina em espaços adequados aos esportes. Atualmente, os treinos do Floripa Ichban são feitos no campo de futebol do Centro de Ciencias Agrárias da UFSC, onde cerca de 30 atletas participam em cada treino.
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União de brasileiros e estrangeiros
As equipes da Grande Florianópolis têm um número considerável de aletas venezuelanos e cubanos. No time da Capital, um dos componentes tem 71 anos, sendo mais de 30 dedicados ao beisebol. Ele saiu da Venezuela, mas não abandonou o esporte, e a presença dele no time reforça a característica de acolhimento que a prática esportiva promove.
— Na Venezuela o beisebol é o esporte nacional. Então eles vêm de lá com esse esporte, como se fosse futebol, e chegam cheios de vontade de jogar. E a gente quer que as pessoas conhecam o esporte, porque tem muita gente jogando no Brasil, e é um esporte muito família. A gente traz os pais, irmãos, amigos e o esforço é para que todo mundo jogue — ressalta Shantau Stoffel.

Segundo as equipes, além de incentivar que mais pessoas pratiquem os esportes, ter estruturas adequadas para beisebol e softball possibilita trocas de experiências e intercâmbios de profissionais vindos de países como o Japão.
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— A Jica (Agência de Cooperação Internacional do Japão) – que é uma entidade que ajuda financeiramente o mundo inteiro – consegue trazer voluntários para virem treinar. Eles vêm exclusivamente para isso. Uma pessoa que é treinadora lá, por exemplo, vem passar um tempo aqui e a gente pode ter uma pessoa aqui constantemente, mas precisa de um espaço e estrutura. Em Florianópolis, temos voluntários da JICA ensinando japonês. Não tem para o softball e beisebol porque não teríamos onde receber essa pessoa — afirma a atleta.
Torneio da Amizade
Os times catarinenses se organizam e promovem torneios e campeonatos pelo estado. Nesta quarta-feira (7), haverá o “Torneio da Amizade Softball” com as equipes da Grande Florianópolis e outro time Araranguá. A programação começa às 8h30 e será feita no Bairro Bela Vista, em Palhoça.
Já no próximo dia 10 de setembro, ocorre a 1ª Copa Metropolitana Softball Palhoça, que terá três times de Santa Catarina e uma equipe do Rio Grande do Sul.
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