O início da temporada no futebol catarinense está próximo. Falta uma semana para a primeira rodada do Campeonato Catarinense e as equipes intensificam o trabalho de campo para chegar na ponta dos cascos. Ao contrário dos últimos anos, em que o futebol de Santa Catarina viveu um momento de ascendência no cenário nacional, chegando a ter três equipes na Série A do Brasileiro em 2014 e quatro em 2015, agora o momento é de consolidação, após a queda para dois clubes na competição de 2016.
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Acompanhando esse cenário e também por conta do momento econômico ruim que o Brasil e o mundo atravessam, os investimentos diminuíram, os medalhões rarearam e o que se tem visto é uma aposta mais forte nas categorias de base, mesclando com jogadores experientes.
Avaí e Figueirense focam nisso no campo e no banco de reservas, ao manterem, respectivamente, Raul Cabral e Hudson Coutinho, os treinadores que eram interinos no Brasileirão. O Alvinegro integrou ao profissional oito atletas da base e trouxe Éverton Santos, o herói do acesso de 2013. No Avaí, o centroavante William tem a incumbência de liderar o time.
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O Criciúma renovou com o experiente goleiro Luiz para comandar a molecada, que deverá ganhar mais chances em 2016. Algo semelhante ao que faz o Joinville, que manteve o goleiro Agenor, o zagueiro Bruno Aguiar e traz reforços pontuais, ao mesmo tempo em que valoriza os juniores. Nesta semana, PC Gusmão colocou seis jovens para treinar com o elenco principal.
Chapecoense começa em melhor situação
Apenas a Chapecoense parece manter a régua alta. Perdeu atletas importantes, é verdade, como Apodi, Camilo e Túlio de Melo, mas trouxe reforços interessantes como o atacante Kempes (falta um meia) e, além disso, manteve a base de 2015, o que lhe garante entrosamento e permite receber o rótulo de favorita.
A escassez de dinheiro afeta até os menores. O Inter de Lages, que ano passado contou com Marcelinho Paraíba, Reinaldo e Fernando Henrique, trouxe atletas de menor expressão. Após problemas financeiros na reta final da Série D, o Metropolitano trouxe Valdir Espinosa para dar experiência ao grupo, estratégia semelhante ao Guarani de Palhoça, que montou um elenco às pressas e espera que Sérgio Ramírez dê liga ao time. Brusque e Camboriú vieram da Segundona e só pensam em permanecer.
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Essa realidade, aliada ao novo formato do Estadual, de pontos corridos, em que os vencedores de cada turno decidem o título, o planejamento, o acerto nas contratações e o entrosamento poderão decidir o campeão. E o DC aproveita para trazer a opinião de comentaristas sobre quem pode levar a taça, quem cai e quem tem chances de ser o craque do torneio.
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Opinião dos comentaristas sobre os destaques do Estadual
Paulo Branchi, narrador da rádio CBN Diário:
Favorito ao título
Chapecoense e Figueirense são os principais favoritos. A equipe de Chapecó é favorita por ter mantido boa parte do time-base do ano passado. O Alvinegro de certa forma também fez isso. Mas o diferencial para os dois é a capacidade de investimento, pois estão na Série A do Brasileirão.
Quem pode surpreender
Essa é uma pergunta complicada. O Avaí talvez possa surpreender na competição. É um time tradicional, mas que está investindo em jogadores jovens e em um técnico também muito jovem. Pode dar muito certo ou não funcionar.
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Os rebaixados
Essa vai ser uma briga de foice. Acredito que o Camboriú e o Inter de Lages são os principais candidatos. Camboriú acabou de subir e sabemos pouco dele. O Inter está muito diferente do que era no ano passado. Dizem que tem um bom treinador, mas vai conhecer o Catarinense agora.
Craque
São dois os que devem despontar como craques: Carlos Alberto, do Figueirense, e Cleber Santana, da Chapecoense. Fazem parte dos dois times favoritos para levar o campeonato e o jogo dessas equipes passa por eles.
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Elton Carvalho, editor de esportes do jornal A Notícia
Favorito ao título
Acredito que a Chapecoense, pois manteve o bom nível de investimento do ano passado e chega, aparentemente, mais preparada para conquistar o título do Estadual. Coloco o Figueirense um pouco abaixo, mas também como outro favorito.
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Quem pode surpreender
O Joinville pode surpreender nesta competição. A equipe tem uma base de 2015 que, se reforçada, pode trazer bons resultados. Os comandados de PC Gusmão precisam de um equilíbrio entre o setor defensivo e o ofensivo. Se começar a marcar mais gols, coisa que fez pouco durante o ano passado, pode dar trabalho aos rivais.
Os rebaixados
Brusque e Guarani de Palhoça são meus candidatos ao rebaixamento. Ambos parecem estar abaixo dos demais, especialmente pela condição financeira. Terão muito trabalho no campeonato. O Metropolitano é mais uma incógnita. Acredito que o Inter está à frente dos três.
Craque
Clayton, do Figueirense (se permanecer), e Ananias, da Chapecoense, são os favoritos. Clayton tem habilidade, velocidade e definição, mesmo estilo de jogo de Ananias. Clayton está à frente porque terminou 2015 melhor do que o concorrente.
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Jorge Jr, editor de esportes da Hora de Santa Catarina
Favorito ao título
O Campeonato Catarinense se polariza em cinco clubes, mas é inegável que Figueirense e Chapecoense, por conta do poder do dinheiro da Série A do Brasileiro, são os principais favoritos ao título. Entre os dois, acredito no tricampeonato do Furacão.
Quem pode surpreender
Mesmo sendo um dos cinco grandes, o Criciúma pode ser a surpresa. O Tigre vem diferente dos últimos anos, mais pé no chão e manteve Roberto Cavalo, além de contratar Wellington Saci. Conta a favor o fato de a torcida ter mudado o comportamento, apoiando do início ao fim no melhor estilo sul-americano. Com um técnico motivador, isso faz a diferença.
Os rebaixados
A briga contra o rebaixamento, apesar dos discursos otimistas de todas as equipes, deve ficar entre Guarani de Palhoça, Camboriú e Brusque. Os dois últimos estão retornando da Segundona e vão encarar uma nova realidade, enquanto o Bugre teve pouco tempo para montar o grupo.
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Craque
Um jogador com perfil de craque, um cara para carregar o grupo, é Carlos Alberto. Mas o nome que pode engrenar e ficar com esse “título” é o atacante Kempes, que vai entrar em uma Chape bem montada e receber assistências de Cleber Santana.
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Everton Siemann, editor de esportes do Jornal de Santa Catarina
Favorito ao título
Chapecoense e Figueirense têm maior poder de investimento e, a princípio, grupos mais fortes e técnicos que os demais. Por isso, creio que largam um pouco na frente. Resta saber, porém, como o Figueira vai lidar com a disputa em paralelo da Primeira Liga.
Quem pode surpreender
Pelo trabalho feito até aqui, o Brusque pode surpreender. Após manter a base do time campeão da Série B do Estadual em 2015 e sob o comando de Mauro Ovelha, o clube é candidato a surpresa. O Metropolitano também está nessa briga, com o experiente Valdir Espinosa à frente de um grupo totalmente reformulado e jovem.
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Os Rebaixados
Pela força de investimento e o histórico recente na Série A do Catarinense, Camboriú (volta à elite estadual este ano) e Guarani de Palhoça (foi rebaixado em 2015 e vai a campo por causa da desistência do Atlético-Ib) largam um pouco atrás dos demais.
Craque
Agenor (JEC), Cleber Santana (Chapecoense), William (Avaí) e Clayton (Figueirense) despontam como líderes e são candidatos naturais a destaques da competição. No Criciúma, Wellington Saci também é um concorrente.
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Giovane Klein, repórter da RBS TV em Chapecó
Favorito ao título
A Chapecoense terminou 2015 em alta, manteve não só a base do time, mas o treinador. Na nova fórmula de disputa do Catarinense, torna-se indispensável um bom elenco para sonhar com o título e, no papel, a Chapecoense tem um bom grupo. Por isso, é favorita.
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Quem pode surpreender
Acredito em uma boa campanha do Inter de Lages por tudo que vem acontecendo no clube, não apenas em cima da grama, mas também nas arquibancadas e bastidores. O projeto de profissionalização do clube está na mesa e já está dando resultados. Não vai ser fácil jogar contra o Inter em Lages neste Catarinense.
Os Rebaixados
Em 2015 nem os gols de Vitinho salvaram o Guarani de Palhoça do rebaixamento. Ganhou a vaga na elite de forma inesperada. O técnico Sérgio Ramírez, que conhece bem Santa Catarina, terá seu maior desafio nas terras catarinenses.
Craque
Bruno Rangel não se cansa de dizer que o objetivo coletivo é ser campeão catarinense e o pessoal é ser o maior artilheiro da história da Chapecoense. Com essa vontade e jogando à frente de um meio entrosado, ele pode ser o destaque.
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