Mesmo com poucos recursos, Florianópolis desbanca favoritos na Liga Futsal e se transforma na principal força de SC
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Florianópolis inverteu a lógica do favoritismo no futsal. Única representante de Santa Catarina nas quartas de final da Liga Futsal – enfrenta o Marechal Rondon-PR, sábado, na Capital -, o time do técnico Sérgio Lacerda tenta fazer história. Superou adversários de maior investimento como a Krona, de Joinville, e mostrou que dentro de quadra tudo é possível. Até mesmo vencer a desconfiança.
Até bem pouco tempo, Florianópolis aparecia como simples coadjuvante nas quadras de futsal do Estado. A extinta Malwee, de Jaraguá do Sul, tinha os principais craques do país e conquistava quase todos os títulos. A Krona, com um suporte financeiro igualmente forte, vinha logo atrás.
Agora é o time da Capital que ultrapassa as fronteiras. Deixou de ser a “terceira força” e vai lutar pela classificação à fase semifinal da competição. Um dos responsáveis por essa mudança do eixo é o presidente do clube e ex-técnico da equipe Valci Moreira. Com persistência, o dirigente captou recursos e montou um time competitivo que, se não é o mais caro e badalado, tem força para derrubar obstáculos que eram aparentemente intransponíveis.
– Esses “meninos” são guerreiros. Não têm mordomia, viajam de ônibus para todos os lugares, não ficam hospedados em hotéis cinco estrelas e jamais reclamam. Jogam com alegria. Só posso estar orgulhoso – diz.
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Apesar dos bons resultados, nem tudo é motivo de alegria e satisfação no clube. O ginásio usado pelo time, o Sest/Senat, no Bairro Jardim Atlântico, na Capital, tem infraestrutura limitada. Os vestiários são acanhados, pequenos e, em dias de muita chuva, goteiras caem sobre a quadra.
Às vezes, as infiltrações comprometem até o sistema de iluminação e lâmpadas precisam ser desligadas para evitar um curto-circuito. Nas arquibancadas, os assentos são bem cuidados e novos, mas a capacidade é reduzida: apenas 800 lugares.
Sem falar que inexiste no local uma cabine de impressa que permita fazer transmissões de jogos ao vivo pela televisão. Por isso, o palco da partida contra o Marechal Rondon, pelas quartas de final, sábado, às 15h30min, será o ginásio do Instituto Estadual de Educação, no Centro.
– É triste não ter uma casa para sediar grandes jogos. Você perde a referência – analisa Moreira.
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O sentimento do dirigente é compartilhado pela comissão técnica e os jogadores. Todos querem levar o Florianópolis ao lugar mais alto do pódio. A ambição é tanta que supera até a falta de pagamento. No ano passado, sem dinheiro em caixa, os salários ficaram atrasados por quatro meses – entre setembro e dezembro – e Moreira pensou no pior.
Viu, uma a uma, as portas se fecharem sem maiores explicações. Em cima da hora, um novo patrocinador apareceu e o projeto foi mantido. Ficou para trás uma dívida de R$ 250 mil que, em breve, Moreira pretende quitar com juros e correções. É o ônus que ele está disposto a pagar.
Números da equipe
– Na Liga Futsal, disputou 28 jogos: 9 vitórias, 9 empates e 10 derrotas
– Na primeira fase, conquistou 7 vitórias, 6 empates e 9 derrotas
– Na segunda fase, foram 2 vitórias, 3 empates e 1 derrota
– Os artilheiros da equipe na Liga Futsal são o ala Hugo e o fixo Antônio, ambos com 11 gols
– Os jogadores que mais atuaram foram os alas Hugo e Alvinho, com 28 partidas
O grupo
– Goleiros – Ney, Marcinho e Gui
– Fixos – Antônio e Duda
– Alas – Bruno, Alvinho, Márcio, Hugo, Guto, Henrique, Dyogo, Vini, Sansão e Renatinho
– Pivô – Erverson
Comissão técnica
– Técnico – Sérgio Lacerda
– Auxiliar técnico – Jorge Lecian
– Massagista – Charles Viana
– Supervisor – Mário César de Oliveira
– Preparador Físico – Stélio José Serafim