Um projeto de uma equipe de Florianópolis venceu um prêmio mundial organizado pela Nasa, nos Estados Unidos. A criação consiste em uma solução de prevenção a queimadas no Brasil e venceu na categoria “Impacto Local”.
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O NASA Space Apps Challenge é uma competição de programação e inovação, também chamada de hackathon, e é considerada a maior do planeta. A disputa ocorreu em outubro do ano passado com uma seletiva em Florianópolis. O resultado foi divulgado no início da tarde desta quinta-feira (16), nos Estados Unidos.
O projeto concorreu com quase 10 mil criações de outros 185 países e ficou entre as 10 premiadas. A solução foi criada por cinco nômades digitais que se reuniram na Founder Haus, um hub de inovação em Jurerê Internacional, no Norte da Ilha, em Florianópolis.
A ferramenta criada pelos programadores tem como base dados abertos e em tempo real da Nasa e permite a fazendeiros e moradores de áreas rurais interagir com as informações para identificar possíveis focos de incêndio na região próxima em que moram ou tem propriedades. Para isso, eles podem usar a chamada “linguagem natural”, conversando normalmente por voz ou texto e fazendo perguntas sobre pontos de queimadas próximos a uma ferramenta de inteligência artificial — semelhante a uma interação com o ChatGPT.
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Outro diferencial foi uma interface elaborada para permitir que os usuários cadastrem números de WhatsApp para que recebam notificações quando houver focos de incêndio em áreas próximas. Como o aplicativo é o mais usado pelos brasileiros, a ferramenta é vista como mais uma forma de se aproximar à população-alvo.
Ideia surgiu para aumentar acesso às informações à população

O engenheiro de software Frank Mendes Rolim, um dos brasileiros que integra o Team I. O., equipe que desenvolveu o projeto em Florianópolis, conta que a ideia surgiu após o grupo identificar o problema das queimadas, que teve recordes no país no ano passado, e tentar entender quais poderiam ser as barreiras de comunicação que dificultassem o acesso de moradores dessas regiões a dados de monitoramento e prevenção de incêndios.
Um dos destaques foi que, após a criação da plataforma, o projeto passou por uma etapa de validação com o apoio de um fazendeiro e consultor do ramo do café de Ribeirão Preto (SP), Gabriel Baruffini. Ele teve 80% de uma propriedade atingida por incêndios no ano passado e chegou a atuar pessoalmente no combate ao fogo.
— A “cereja do bolo” foi essa fase de validação. Ele compartilhou ótimos insights dizendo que o que a gente estava criando poderia ajudar essa população a prever focos de incêndio antes que eles se alastrem. Nós identificamos que, três dias antes de quando começou o incêndio na fazenda dele, seria possível ter contido com antecedência e reduzindo o dano das queimadas — conta Frank.
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A ferramenta foi criada em código aberto para que outros colaboradores possam contribuir com a solução. Para o futuro, o programador planeja alguma solução que possa contribuir com casos recentes como os incêndios na Califórnia, nos Estados Unidos.
A equipe vencedora é formada por dois participantes brasileiros, uma argentina, um sueco-alemão e um americano. Eles têm diferentes formações como programadores, designers, engenheiro aeronáutico e engenheiro de software (veja abaixo os nomes dos integrantes do time vencedor). Os profissionais atuam como “nômades digitais” com passagem por diversos países, incluindo o tempo de atuação em SC.
Nesta quinta-feira, três dos integrantes assistiram à cerimônia de divulgação do resultado do prêmio da Nasa no Founder Haus, a central de inovação mantida em Jurerê Internacional. A entrega presencial do prêmio será no dia 4 de junho de 2025, no estado de Maryland, nos Estados Unidos.
Integrantes do Team I. O.
- Rafael Galate Baptista Ribeiro
- Frank Mendes Rolim
- Victoria Moraes
- Jan Felix Koeppen
- Ryan Zernach
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