O homem mais rápido do mundo, Tim Montgomery, foi acusado oficialmente na quarta, dia 23, pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada) de usar substâncias proibidas e pode ser impedido de disputar a Olimpíada de Atenas.

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– A carta da Usada não alega que Tim Montgomery usou qualquer substância proibida – disse o advogado do atleta, Howard Jacobs, através de um comunicado. – Entretanto, a conclusão do grupo de revisão da Usada, cujos membros foram escolhidos pelo executivo-chefe da Usada, e não é um grupo independente, de continuar com o processo baseado em alegações vagas do suposto envolvimento de Tim com o (laboratório) Balco ressalta a falta básica de justiça em todo o processo – comentou.

Antes, o advogado de Michelle Collins também confirmou que a ex-campeã dos 200 metros indoor recebera uma carta da Usada acusando-a de doping.

Segundo as regras da Usada, o recordista mundial dos 100 metros e Collins têm a opção de aceitar a suspensão ou apelar para a Associação Americana de Arbitragem (AAA) ou para a Corte de Arbitragem do Esporte (CAS), que fica na Suíça.

– Acabei de receber uma carta da Usada afirmando que um painel de revisão determinou que há evidência suficientes para continuar com o processo – disse o advogado de Collins, Brian H. Getz, de São Francisco. – Eles estão fazendo disso uma acusação formal. Eles a estão acusando de violação das regras antidoping. A chamada evidência em que a Usada confia é muito fraca e acho que ela vencerá diante de qualquer painel – acredita.

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Montgomery e Collins são dois dos quatro corredores norte-americanos que receberam cartas da Usada na semana passada alegando o uso de substâncias proibidas em conexão com o escândalo envolvendo o laboratório Balco.

Também foram enviadas cartas para o medalhista olímpico de prata dos 400 metros Alvin Harrison e para a velocista Chryste Gaines.

O advogado de Harrison, Edward Williams, de Nova York, não fez comentários ao ser questionado se seu cliente fora acusado de doping, enquanto representantes de Gaines não foram encontrados para comentar o tema.

Marion Jones, parceira de Montgomery e tricampeã olímpica, também está sendo investigada pela Usada, mas não foi acusada. Ambos negaram repetidamente o uso de drogas que melhoram o desempenho.

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De acordo com uma reportagem do diário Los Angeles Times, o corredor teria usado cinco substâncias proibidas além da eritropoietina (EPO), do hormônio do crescimento e de insulina.

O jornal diz que as acusações foram detalhadas em uma carta de nove páginas enviada pela Usada a Montgomery no dia 7 de junho. A existência da carta foi levada a público pelos advogados de Montgomery no dia seguinte, mas sem detalhes.

Montgomery estabeleceu o recorde mundial, de 9s78, em Paris, em 2002. Mas na maior parte de sua carreira parecia ser um corredor comum.

Ele não se classificou para integrar a equipe olímpica dos Estados Unidos em 1996, em Atlanta, e ficou em terceiro lugar no campeonato mundial de Atenas um ano depois.

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Seu desempenho caiu nos anos posteriores: ele ficou em sexto lugar no campeonato mundial de Sevilha e não se classificou para os 100 metros e 200 metros dos Jogos de Sydney, em 2000.

Ele começou a surgir como atleta de primeira linha no campeonato mundial de Edmonton, em 2001, onde ficou em segundo lugar, com 9s85, atrás de Maurice Greene.

As informações são da agência Reuters.