De pivô do San Antonio Spurs, time da liga profissional de basquete dos Estados Unidos, a técnico da equipe sub-15 do Ipiranga, em Blumenau. Na tarde de sexta-feira, Splitter foi apenas Tiago durante as duas horas que passou com os 13 atletas no ginásio da Sociedade Recreativa e Esportiva Ipiranga, no bairro Itoupava Seca.

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Com o apito no pescoço e as mãos livres, o blumenauense que se consolidou como um dos maiores nomes do basquete deu espaço para os aprendizes e figurou às margens da quadra no primeiro de cinco encontros da Splitters on Tour, série de clínicas que dará no Brasil.

Na arquibancada, o brilho nos olhos de meninos e meninas de todas as idades denunciavam a admiração. Tímido, o pequeno Caio Oecksler, de sete anos, segurava um singelo bilhete desejando sorte e sucesso à Tiago. A mãe, Janete dos Santos, conta que apesar do filho praticar o esporte há apenas três meses, sempre acompanhou os jogos pela televisão. Splitter compartilhava o sentimento:

– É muito especial poder voltar. O ginásio ficou muito tempo parado, sem ter basquete, mas voltar e ver como ele está é incrível. Estar onde tudo começou é gratificante. O basquete catarinense já é reconhecido e espero que continue assim – confessou minutos antes de soar o apito pela primeira vez.

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Oportunidade única para a nova geração

Técnico há 13 anos, Christian Nau, 39, que comanda a equipe adulta do Ipiranga, lembra que já entrou em quadra ao lado de Splitter em 1999 e que os meninos do sub-15 estavam ansiosos.

– Imagina quantas crianças no mundo queriam essa oportunidade. É uma experiência única. Tiago é um orgulho.

Para Splitter, um homem simples que cresceu em Blumenau e fez as primeiras cestas no ginásio do Ipiranga, o conhecimento ultrapassa a técnica:

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– Tento passar um pouco do que eu aprendi nestes anos. Mas não é só técnica. Quero mostrar que é possível ter o ídolo por perto. Se minha presença incentiva e faz com que eles se espelhem em mim, já basta.

Ao fim do treino, os 13 meninos não escondiam a felicidade.

– Ele repetiu que a marcação é muito importante, mas disse que precisamos ter em mente que o basquete é um esporte coletivo – aprendeu Victor Stein, 16 anos.

Passado, presente e futuro na mesma quadra

Entre o público que ocupou a arquibancada do ginásio, Cássio Roberto Splitter, pai de Tiago Splitter, se destacou. Cássio, que por 17 anos viveu a rotina do basquete entre treinos e jogos, comparou o evento de sexta-feira à tarde ao antigo Ipiranga.

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– Isso aqui voltou a ser o melhor lugar de Blumenau para praticar esportes, voltou a servir escolas e atletas. Saiu a poeira e entrou a bola – se emocionou.

Além da quadra revitalizada ano passado, as equipes contam com a academia. Agora, segundo Nau, o que falta é as crianças voltarem a frequentar o lugar. Ao todo, o clube atende as categorias sub-12, sub-13, sub-15, sub-17 e adulto. Crianças que já jogam podem comparecer às segundas, quartas e sextas-feiras, às 14h, no ginásio do clube.