Simulando uma situação do programa The Voice Brasil, da Rede Globo, o palestrante pergunta, para dois jovens com as cadeiras viradas de costas para o público: “Um garoto de 21 anos que sabe tudo de esporte e tem experiência na área ou o filho de um diretor que não sabe nada de esporte: para quem vocês dariam um emprego na área esportiva?”. Num raciocínio rápido, é fácil dizer que o primeiro candidato merece a vaga. A surpresa é saber que o filho de diretor é Tiago Leifert, jornalista e apresentador de sucesso da Globo.

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Confira a programação do JEWC 2016

“Se você tiver medo das críticas, não vai conseguir o que quer nunca”, diz Tiago Leifert no JEWC

Leifert foi o palestrante da Conferência Mundial de Empresas Juniores (Junior Enterprise World Conference – JEWC) na noite desta quinta-feira, no Centro de Convenções Luiz Henrique da Silveira, em Canasvieiras, em Florianópolis. Em um palco montado no meio da multidão de mais de 4 mil jovens empreendedores de todo o país, Leifert contou como foi contra todos os pré-julgamentos dos colegas, por ser filho do diretor de Relações com o Mercado da Globo, Gilberto Leifert, e por ter ideias inovadoras no jornalismo esportivo.

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Com o tom bem-humorado que é característico, Tiago Leifert contou que não sabia nada de esporte e apresentava um programa de entretenimento no interior de São Paulo quando foi descoberto por um diretor da Sport TV – emissora de esporte da Globo.

A partir de então, em sua trajetória no telejornalismo esportivo, passando pela chefia do Globo Esporte São Paulo, assumiu para si mesmo a missão de trazer matérias diferenciadas, do que ele chama de “infotenimento”, uma mistura de jornalismo informativo com entretenimento. “Na faculdade de jornalismo, sempre ouvia que jornalista não pode ter opinião. Mas como eu vou tratar o 5 a 0 como o 1 a 0? Isso está errado! Esporte é ação, é drama”.

Para atrair públicos variados, incluindo aqueles que não gostam da temática, teve estratégias ousadas. “Colocava no fundo das matérias músicas da Saga [de filmes] Crepúsculo, que chamava a atenção dos fãs, fazia piada para atrair as pessoas mais velhas. As pessoas foram pensando ‘Esse cara está falando comigo também'”.

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De início, sentiu a resistência dos jornalistas de outras gerações, acostumados com o formato mais sério. Perdeu algumas batalhas e pensou até em se mudar para os Estados Unidos. “As pessoas riam da minha cara e falavam que eu não ia durar”, conta.

Mas o apresentador que quis dar mais destaque para os times de segunda divisão que protagonizaram grandes partidas do que para jogos comuns dos times consagrados foi ganhando espaço. E fez sucesso. Tanto que mudou a linguagem dos programas de Globo Esporte regionais, dos telejornais regionais e até do Jornal Nacional.

As experiências de cobrir eventos como as Olimpíadas e apresentar grandes programas de esporte custaram um trabalho excessivo que se reflete na saúde de Leifert que, com uma hérnia cervical, pediu para os chefes mais tempo para se cuidar e ficar com a família. Saiu do jornalismo esportivo para ficar à frente do The Voice Brasil, seguindo sua trajetória de sucesso.

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Entre as dicas para os jovens empreendedores estão, então, cuidar bem de si, se permitir viver. Mas, como não poderia deixar de ser, o ousado apresentador recomenda arriscar: “Para mudar o mundo, tem que começar pequeno”.

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*Este conteúdo foi produzido pelo Estúdio DC, bureau especializado em conteúdo de marca