Além de dar nome ao primeiro álbum da carreira solo de Thiaguinho, ousadia e alegria são palavras adequadas para definir o astral do CD e DVD recém-lançados. Gravado no Credicard Hall, em São Paulo, o DVD é um show de luzes e efeitos especiais. Santa Catarina recebe o show Ousadia & Alegria nos dias 27 de outubro (em Florianópolis), 29 (em Florianópolis) e 30 de dezembro (em Camboriú).

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Inspiração, Thiaguinho mostrou ter de sobra. Com 16 músicas inéditas, o cantor mostra energia do começo ao fim, característica principal de seus shows. Apesar de estar sozinho em palcos normalmente imensos, Thiaguinho sempre anima muito o público. Há quem diga inclusive que, em vez do prêmio de Melhor Cantor no Prêmio Multishow, recebido no dia 18 de setembro, ele deveria ter sido agraciado no quesito Melhor Show.

Controvérsias à parte, TH (como se autodenomina na nova fase da carreira) surpreendeu os fãs com o álbum Ousadia & Alegria, que foi gravado em três dias, no mês de abril.

No CD e DVD, Thiago conta com cinco participações de peso. O jogador Neymar, apesar de entrar com microfone em mãos, não canta, mas “toca bola” com TH e faz embaixadinhas durante a música Ousadia & Alegria. O pagodeiro Alexandre Pires parece que entra no palco louco para cantar a música Lero Lero, a expectativa cresce, mas ele participa apenas tocando cavaquinho.

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Ivete Sangalo arrasa cantando com Thiaguinho a décima faixa do CD, O Poder do Pretinho, em que a batida remete ao forró. Luiza Possi traz todo seu romantismo na música Ainda É Tudo Seu. E Gilberto Gil, convidado que atesta o tamanho da credibilidade que Thiaguinho tem no meio musical, encerra as participações com Simples Desejo.

Algo que também é nítido no primeiro álbum da carreira solo é a presença dos backing vocals na maioria das músicas. Eles fazem grandes participações nas canções, assim como os violinistas. O cantor, que esteve no Estado em abril e em agosto, já tem shows confirmados para os meses de outubro e dezembro em Santa Catarina.

O que significa para você o nome do CD, Ousadia & Alegria, e por que esse nome?

Thiaguinho – Ousadia e alegria é meu tema de vida. É o lema que eu fiz junto com Neymar (ainda na época do Exaltasamba), e a gente tenta passar essa mensagem para as pessoas, principalmente para os jovens. No maior sentido da palavra, é ter coragem de ser jogar na vida, coragem pra entrar na carreira. Sou do interior de São Paulo, criado no interior do Mato Grosso do Sul, então, tive que ter muita coragem pra sair de lá sem conhecer ninguém e colocar a cara pra bater. E a alegria é consequência de cada dia.

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Grande parte das músicas tem acompanhamento de violino, remetendo a um estilo mais clássico. Suas roupas também são mais arrumadas do que as dos demais pagodeiros (Thiaguinho costuma se apresentar de forma elegante, com ternos bem alinhados). Você tem a intenção de mudar o estilo do pagode e fazê-lo mais refinado?

TH – Mudar não. Esse jeito de me vestir vem do pessoal mais antigo, que se vestia mais chique ainda, de terno, gravata, chapéu e sapato branco. Eu gosto de ousar no modo de vestir, gosto de ficar ligado na moda.

Antes era uma frente de cinco músicos, agora é só você. Como foi a mudança da sua atuação no palco?

TH – O início é bem diferente, por estar acostumado a tocar com a galera há nove anos. Mas quando você gosta do que faz, e faz com o coração, fica mais fácil. Então, no segundo e terceiro show eu comecei a me acostumar com o palco, que ficou um pouco maior (risos).

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A presença dos backing vocals está bem nítida em todo o CD, diferente da época do Exalta. Esse era um desejo seu?

TH – Sempre tive vontade de fazer isso. Me influencio muito nos artistas de fora, como Usher e Justin Timberlake, e no show deles tem bastante participação da banda. Todo mundo tem o seu momento. O batera tem o momento dele, o pessoal da produção tem o seu momento. Todo mundo está participando do show, e eles me ajudam as fazer as músicas e são parte fundamental.

Dezesseis músicas são inéditas. De onde vem tanta inspiração? A Fernanda Souza (namorada) tem parte nisso?

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TH – A inspiração vem do dia a dia. Sempre gostei de fazer música, eu faço muita música e sempre que existe um novo projeto, a criatividade fica mais aguçada. Para esse CD eu escrevi muito. Eu gravei 60 músicas pra chegar nessas 16.

E a da Fernandinha? Tem uma música dedicada a ela?

TH – Ah, sempre que eu escrever sobre amor, vão falar que a música é pra ela. Mas a dela é Ainda Bem.

A impressão que dá é que você está vindo para o Estado muito mais que na época do Exalta. (Até o final do ano serão cinco shows ao todo). Como é a sua relação com o Estado, e com Florianópolis, especificamente?

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TH – Adoro Floripa. Floripa é uma cidade que sempre me recebe muito bem. O Estado me recebe muito bem, na realidade. É muito bom fazer show aí porque as pessoas sabem meu repertório inteiro (risos). E como cidade também. Eu sei porque já passei férias aí. Já passei Natal com a minha família em Florianópolis, além de ter indicado Floripa para fazer o DVD do Exalta em 2008.

Aqui em Santa Catarina estamos numa fase de muito sertanejo, e o pagode tem perdido a vez nas casas noturnas. A que você atribui esse momento? Será que a saída seriam as parcerias, como a firmada entre Michel Teló e Sorriso Maroto, que se juntaram e lançaram uma música?

TH – Eu não sei. Cada um tem um momento de destaque maior. Já teve a época do funk, do sertanejo. Daqui a pouco volta o pagode, o axé. Cada época tem o seu momento. O momento do sertanejo é todo mérito deles. Um momento em que apareceram vários artistas bons pra caramba. Eu, particularmente, gosto muito.

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Dia 18 de setembro você recebeu, na categoria de voto popular, o prêmio Multishow de Melhor Cantor. Como foi a sensação? Deve-se também ao fato da sua ótima relação com os fãs no Twitter?

TH – Foi muito inesperado pra mim. É o reconhecimento de um trabalho, de um esforço. É bem delicado receber o Melhor Cantor, porque sou fã de muita gente que estava concorrendo. Sempre tentei fazer o meu melhor, já estudei canto, sempre tentando me aperfeiçoar. Por ter sido voto popular, o Twitter pode ter refletido, sim, isso que me deixou mais feliz.