O ministro britânico de Transportes, Jo Johnson, renunciou nesta sexta-feira (9), manifestando sua discordância com o acordo sobre o Brexit de Theresa May – que seria, segundo ele, um “erro terrível” – e pedindo um segundo referendo.

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Horas antes, o principal aliado político de Theresa May, o pequeno partido norte-irlandês DUP, do qual a primeira-ministra depende para ter maioria no Parlamento, também tinha lançado uma advertência contra um projeto de acordo que classificou como “traição completa”.

O ministro britânico de Transportes, Jo Johnson, renunciou nesta sexta-feira (9), manifestando sua discordância com o acordo sobre o Brexit de Theresa May – que seria, segundo ele, um “erro terrível” – e pedindo um segundo referendo.

“Parece cada vez mais claro para mim que o acordo de saída, que está sendo finalizado, seria um erro terrível”, escreveu em comunicado Jo Johnson.

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Johnson, que no referendo de 2016 votou para o Reino Unido para permanecer na UE, está do lado contrário ao seu irmão, firme defensor do Brexit que renunciou em julho também por seu desacordo com May.

“Meu irmão, Boris, que liderou a campanha para sair (da UE) está insatisfeito com a proposta do governo, e eu também”, afirmou, destacando que, em sua opinião, os termos de divórcio são “substancialmente piores do que continuar na UE”.

“Em vez de ‘retomar o controle’, vamos ceder o controle a outros países europeus”, disse ele. “As propostas do governo nos tornarão um país fora da Europa, mas ainda administrados pela Europa, forçados a respeitar as regras que teremos perdido a capacidade de modelar”.

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Londres e Bruxelas estão tentando acelerar a conclusão de um acordo de divórcio que inclua um período de transição depois do Brexit, programado para 29 de março, durante o qual o Reino Unido será regido por regulamentações europeias, mas não mais participará da tomada de decisões.

Em uma carta aos líderes do DUP, May explicou que a UE insiste que a província britânica da Irlanda do Norte mantenha o mesmo regulamento da vizinha Irlanda, país membro do bloco, como forma de evitar uma nova fronteira entre os dois.

Essa solução, chamada de “backdrop” ou “rede de segurança”, seria aplicável até que o Reino Unido e a UE chegassem a um acordo sobre sua futura relação comercial.

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“A carta da primeira-ministra é um sinal de alarme para aqueles que atribuem importância à integridade do nosso sindicato e para aqueles que querem um verdadeiro Brexit para todo o Reino Unido”, tuitou a líder do DUP, Arlene Foster, ameaçando retirar o apoio chave de seus dez deputados.

* AFP