Foi a partir da quarta temporada (em 2010), quando as meninas alcançaram a condição de protagonismo, que Big Bang Theory encontrou o caminho que a tornou uma das melhores comédias da televisão. A fórmula básica estava lá desde o início, no culto à figura do nerd (presente desde pelo menos a popularização de Woody Allen, nos anos 1970) e no choque entre estereótipos juvenis (com aquele olhar afetivo dos filmes colegiais da década de 1980). Mas foi o amadurecimento do quarteto de gênios da ciência (Sheldon, Leonard, Howard e Raj) e sua aproximação das mulheres (as também cientistas Amy e Bernadette, além de Penny, a vizinha presente desde o princípio) que fizeram a série triunfar definitivamente.
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A audiência, que vinha crescendo ano a ano, nesta sétima temporada passou da média de 20 milhões de aparelhos de TV ligados a cada episódio (nos EUA). Parece que amadurecemos todos com Sheldon e companhia, tanto espectadores quanto autores e produtores: os conflitos que mais nos mobilizaram foram depurados e os aspectos mais interessantes da personalidade de cada personagem, mais explorados. No episódio de Natal, por exemplo (ainda inédito), anuncia-se a festa “Sheldon-free” para comemorar a ausência do geek-mor, que viajou para encontrar a família – dá vontade de rir só de imaginar.
A riqueza das relações entre Howard (Simon Helberg) e Raj (Kunal Nayyar) e Sheldon (Jim Parsons) e Penny (Kaley Cuoco), pontos altos da série, parece inesgotável nas mãos de Chuck Lorre e Bill Prady, os criadores de Big Bang Theory, e seus roteiristas contratados. Mas já são quase 150 episódios, daí a oportunidade de crescimento para personagens secundários e a aposta na versatilidade de quem integra o elenco principal. No primeiro caso, quem tem se saído melhor é Stuart (Kevin Sussman). No segundo, Howard e Amy (Mayim Bialik). A longevidade da série deve muito a eles, ainda que Penny, Leonard e Sheldon sejam a alma de Big Bang Theory, e este último, um dos personagens mais ricos e bem construídos do século 21.