Ao lado de peças de lã do Peru e vizinho dos representantes de algodão norte-americano, o Brasil ocupou um espaço amplo durante os três dias de Colombiamoda, em Medellín, que encerrou quinta-feira. O estande da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) reuniu 13 expositores nacionais de vestuário — entre eles três do Vale do Itajaí.
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Hering, Brandili e Fakini dividiam araras e experiências no espaço nacional. Expor junto, sob um guarda-chuva brasileiro — estratégia que a CNI repete pelo segundo ano consecutivo na feira —, dá mais força para as marcas que ainda não estão com os dois pés no mercado colombiano.
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Para os representantes das empresas, nos dias de Colombiamoda a missão institucional ganha tanta importância quanto as negociações. Pouco explorado pelas indústrias do Vale, o mercado local é terreno fértil para o produto brasileiro. E é na evidente irmandade entre brasileiros e colombianos que reside a chave para este comércio.
A distância continental que separa Santa Catarina da fronteira entre os dois países não impede que a Colômbia — principalmente Medellín — seja percebida de forma familiar. A vegetação nos mesmos tons de verde, o arroz e feijão à mesa e o comportamento informal de certa forma nos conectam mais ao estilo de vida da Colômbia que ao de países como Argentina e Uruguai, que conservam ares europeus — e isso passa pelo vestuário também. A presença na feira, considerada uma das mais importantes do setor na América Latina, é também estratégica para entrar no campo de visão de outros países.
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— São 20 mil pessoas que passam pela feira. Se você está aqui, consegue ter uma abrangência maior na América do Sul, Central e do Norte. A Colômbia conecta essas regiões. A Europa hoje, por exemplo, não é o caminho para nós. Estamos focados na América Latina: é o povo mais parecido, tem paixão pelas mesmas coisas e a coleção que oferecemos é a mesma do Brasil — explica Luiz César Grossl, gerente de exportação da Fakini, que exporta para países americanos, mas ainda não adentrou no mercado colombiano.
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A Hering levou neste ano suas quatro marcas para a feira e, presente na América Latina em países como Paraguai, Chile e Bolívia, também trabalha para conquistar o mercado da Colômbia. De acordo com os representantes da têxtil blumenauense, os consumidores do país se reconhecem nas coleções floridas e coloridas da empresa.
Estreante na feira, a Brandili busca números mais expressivos na Colômbia, onde está presente há um ano — o país é um dos 34 para os quais a marca de roupas infantis exporta. Ser uma empresa brasileira seria um diferencial para competir com os próprios colombianos, afirma o trader de exportação da empresa, Rafael Melo e Silva:
— A Colômbia é um excelente produtor têxtil. O que a gente traz de diferencial é essa pitada de brasilidade, isso tem um charme para eles.
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A feira de negócios, que reuniu mais de 600 expositores internacionais, é um dos braços da Colombiamoda, considerada a semana de moda do país. Além da mostra comercial, o evento também dedica espaço a desfiles de designers nacionais e palestras sobre a indústria.
*A jornalista viajou à Colômbia a convite da Colombiamoda