Autoridades de Saúde do Texas monitoravam 50 pessoas por possível exposição ao ebola nesta sexta-feira, e dez delas estavam em alto risco de ter sido infectadas com a doença, depois de terem tido contato próximo com o primeiro paciente diagnosticado com a febre hemorrágica nos Estados Unidos.
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Enquanto isso, o governo americano tentava tranquilizar o público, afirmando que uma epidemia de ebola nos Estados Unidos é improvável, graças ao moderno sistema de saúde do país.
Os 50 monitorados pertencem a um grupo inicial de 100 pessoas que pode ter entrado em contato com o doente. Nas próximas três semanas, eles passarão por exames duas vezes por dia para detecção de febre, mas estão bem, afirmou David Lakey, comissário do Departamento Estadual de Serviços de Saúde do Texas.
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EUA monitoram 100 pessoas por risco de ebola
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– A maior parte desses indivíduos é de risco baixo. Há cerca de dez indivíduos de alto risco, por isso estamos acompanhando essas pessoas com muito cuidado – acrescentou.
As pessoas são trabalhadores de saúde e tiveram contato próximo com Thomas Eric Duncan, que viajou da Libéria para o Texas no final de setembro. Na terça-feira, ele foi anunciado como o primeiro caso diagnosticado de ebola nos Estados Unidos.
Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, disse durante coletiva de imprensa na Casa Branca que o sistema de saúde americano “torna extremamente improvável uma epidemia”.
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Ele admitiu a ocorrência de “erros de conduta” na forma como as autoridades locais lidaram com a situação a princípio e que o hospital havia indicado que uma falha nos registros de saúde eletrônicos impediu que os médicos tivessem conhecimento do histórico de viagens do paciente para a África.
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Duncan foi mandado para casa, depois de buscar tratamento apresentando sintomas, portanto sendo capaz de transmitir a doença, por quatro dias antes de ser isolado.
– Houve coisas que não saíram da forma como deveriam em Dallas, mas houve muitas coisas que saíram corretamente e estão indo corretamente. O rastreamento de contato está em andamento agora, e isto é o importante – acrescentou Fauci.
Mais cedo, a Casa Branca anunciou não ter planos de introduzir restrições de viagem como forma de impedir a entrada da doença nos Estados Unidos, depois do caso registrado no Texas.
– Não há qualquer consideração de uma proibição a viagens neste momento. Um sistema muito sofisticado, de triagem multinível, está implantado para garantir que o público em viagem esteja seguro – informou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
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Esses protocolos de triagem começam no ponto de partida no oeste da África e visam a assegurar que passageiros que apresentam sintomas de ebola não embarquem, explicou.
Monitorado de perto
Enquanto isso, a namorada do paciente isolado no Texas e três familiares dela foram instruídos a ficar em um apartamento de Dallas, sob vigilância policial.
Uma equipe especializada em materiais perigosos chegou nesta sexta-feira ao local para remover roupas de cama e toalhas usadas por Duncan enquanto esteve doente, demonstraram fotos publicadas na internet pela Prefeitura de Dallas.
Uma equipe de limpeza foi mandada embora na quinta-feira por causa de problemas com permissões para lidar com lixo perigoso.
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Autoridades dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA continuam a monitorar a saúde das quatro pessoas confinadas no apartamento, mas a namorada de Duncan, chamada Louise, reclamou da quarentena.
– Eles ainda não trouxeram comida.Estou segurando as pontas, contando com Deus para salvar nossas vidas – contou Louise à emissora de notícias CNN.
Quando perguntada se teve contato com os fluidos do namorado doente, Louise disse que não acreditava nisso, mas contou ter limpado o apartamento com alvejante depois do diagnóstico positivo de Duncan para Ebola.
A família terá que permanecer no apartamento até 19 de outubro, prazo final do período de incubação do vírus.
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Um novo caso em potencial
As preocupações se intensificaram nos Estados Unidos sobre a possível disseminação do Ebola, que já matou 3.439 no oeste da África até 1º de outubro, segundo os números mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicados nesta sexta-feira.
Um paciente com sintomas similares aos do Ebola – que incluem febre, vômitos e diarreia -, e que tinha viajado recentemente para a Nigéria, foi hospitalizado no Hospital Howard de Washington.
– Como medida de precaução extrema, ativamos os protocolos de controle de infecções apropriados, inclusive isolando o paciente – contou à AFP a porta-voz do hospital, Kerry-Ann Hamilton.
Na Libéria, um cinegrafista americano de 33 anos, que trabalhava como freelancer para a emissora americana NBC, foi diagnosticado com ebola na quinta-feira e será repatriado para tratamento, assim como a equipe que trabalhou com ele no país africano, aos Estados Unidos.
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Desde que a epidemia começou, no começo do ano, o Departamento de Estado ajudou a facilitar a volta para casa de um total de cinco americanos do oeste da África para receber tratamento contra o ebola nos EUA, e de um sexto com alto risco de exposição à doença, informou a porta-voz da instituição, Jen Psaki.
Segundo ela, entre os cinco está o cinegrafista da NBC, Ashoka Mukpo. Sua chegada a Omaha, no estado de Nebraska, está prevista para a segunda-feira.
* AFP