Quatro medalhas de ouro nos jogos Pan-Americanos, outras quatro participações em Olimpíadas, passagens por equipes de ponta na Espanha, Alemanha e Dinamarca e goleira titular da seleção brasileira por 15 anos. A atleta catarinense de handebol Chana Masson, de 40 anos, tem um currículo extenso e vitorioso. E com esses predicados todos vai ajudar a desenvolver o projeto do handebol de São José, do qual faz parte desde o dia 1º de março como supervisora.

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São José tem equipes masculinas e femininas, desde o sub-16 até o adulto. Em 2018, pretende disputar todas as competições estaduais da Fesporte e cinco campeonatos brasileiros – um deles, no feminino, pode ser sediado na cidade. Além disso, a prefeitura irá atender cerca de 200 crianças em polos de iniciação no esporte.

– Foi uma surpresa porque eu não sabia que em São José já existia um trabalho de handebol. Eu conhecia Floripa, claro. Já tenho um apartamento na cidade há cinco anos e eu tinha certeza de que queria trabalhar com handebol. Mas não agora. Queria esperar minha filha crescer um pouco, aproveitar essa maternidade — explicou Chana, que deixou de lado a carreira como atleta para realizar o sonho de ser mãe de Júlia, nascida em 11 de fevereiro.

Atleta que abriu as portas para as jogadoras brasileiras na Europa, onde chegou em 1999, a catarinense de Capinzal construiu uma carreira sólida no exterior. Foi eleita melhor atleta da liga dinamarquesa e conquistou uma copa continental. Mas se aposentou das quadras no ano passado, quando deixou a equipe dos Randers para retornar ao Brasil e se dedicar à maternidade:– Eu parei jogando em alto nível. Ainda tinha mais um ano de contrato, mas entrei em acordo com o clube para engravidar porque, pela minha idade, eu sabia que existia um certo risco e eu queria muito ser mãe.

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Convite inesperado

Só que um convite inesperado mudou o destino da nova mamãe. Francisco Stringhini Monteiro, treinador das equipes masculinas de handebol da prefeitura de São José, viu nas redes sociais uma foto de um de seus atletas ao lado da Chana. O professor é um entusiasta do esporte e tem projetos audaciosos para este ano. Entrou imediatamente em contato com tetracampeã.

– A Europa respira handebol. E ela sabe muito da modalidade, viveu muita coisa tanto na parte de quadra quanto de psicologia, tem experiência de vida, tem experiência fora do país. Vai agregar treinamento europeu com a gente e, o que é muito importante, o treinamento de goleiros. Queremos desenvolver um goleiro nosso para a seleção brasileira.

Depois que foi apresentada aos projetos, topou o desafio. Inclusive, deve retomar a carreira de atleta na equipe adulta feminina.

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– Em todos os times que eu joguei e na Seleção eu sempre exerci um papel de líder bem forte. Na verdade eu só vou continuar exercendo um papel que eu já tinha como atleta e espero poder passar minha experiência para o Brasil, para as meninas. Elas querem muito aprender – frisou.

Currículo

Ouro nos Jogos Pan-Americanos: Winnipeg (1999), Santo Domingo (2003), Rio de Janeiro (2007) e Guadalajara (2011)

Participação nas Olimpíadas de Sydney (2000), Atenas (2004), Pequim (2008) e Londres (2012)

Clubes: Guarulhos, Elche (Espanha) Ferrobus Mislata(Espanha), FCK Håndbold (Dinamarca), HC Leipzig (Alemanha) e Randers (Dinamarca)

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