A catarinense Cláudia Colombo, natural da cidade de Criciúma, mora desde setembro no Marina Torch, em Dubai, segundo maior prédio residencial do mundo e que pegou fogo na madrugada de sexta-feira.
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De pijama, assistindo TV, perto das 2h, não deu muita atenção para o alarme sonoro de incêndio do prédio, já que o mesmo já havia sido disparado na noite anterior por conta de um teste.
Quando começou a ouvir gritos, latidos e a batida insistente da segurança na porta percebeu que algo real estava acontecendo. Com o alarme, a moradora só teve tempo de descer com o celular e a roupa do corpo.
Em solo, viu bolas de fogo do alto do edifício e pedaços de metal que caiam da estrutura. Em entrevista, por telefone, a jornalista conta o que viu e o que sentiu:
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>>Veja como foi o incêndio no edifício<<
DC-Como está a situação agora no prédio?
Cláudia Colombo – Depois de mais de 10 horas pudemos começar a voltar, moradores até o 20º andar podem voltar. Para entrar no prédio só com controle da segurança e tem que passar por vistoria. Um dos elevadores voltou a funcionar. Eu moro no 11º andar o fogo começou no 50º andar e se alastrou até o andar 84º. Aqui venta muito, estamos há dois dias com tempestade de areia. Ainda ninguém sabe como começou, estão fazendo as investigações.
DC-Alguém se machucou? Seu apartamento foi atingido?
Cláudia Colombo – Não houve feridos. Agora ainda venta muito, estou vendo destroços caírem. As estruturas dos andares de baixo estão seguras, meu apartamento não está danificado, apenas com muita poeira. Passa muita coisa pela cabeça. Na piscina ficaram os destroços, uma coisa muito angustiante. Quando voltei ao apartamento chorei muito, de alívio, de tensão por tudo o que foi.
DC-Como foram as últimas horas?
Cláudia Colombo – Não dormi nada ainda. Agora aqui são 18h e vou completar quase 24 horas acordada. As ruas ao redor foram todas fechadas, parecia um atentado a bomba. Placas de metal caiam. As pessoas conseguiram sair a tempo. Uma sensação horrível de que o fogo iria acabar com tudo. Foi muito assustador. Senti muito medo do que poderia acontecer, medo que a estrutura caísse.
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DC-Como foi no momento em que as chamas começaram?
Cláudia Colombo – Eram 2h, estava vendo televisão. Ouvi o alarme e percebi que ele tocou em um tempo mais longo que o normal. Na noite anterior teve um teste de incêndio e na semana passada fizeram uma limpeza no sistema. Não senti cheiro de fumaça, pensei que era mais um teste. Mas comecei a ouvir gritos, cachorros latindo, o segurança gritando. Não deu tempo de pegar nada, só a carteira com o celular, nem o passaporte levei. Desci de pijama. No prédio ao lado liberaram o 97º andar pra gente ficar, não dava pra ficar na rua por causa da tempestade de areia. Eu poderia ter ido pra outro lugar, mas queria ficar por aqui. Parecíamos uns refugiados de guerra.
::: Vídeo: catarinense mostra prédio onde ocorreu o incêndio