Elas são praticamente uma arma contra deficientes visuais: normalmente feitas de alumínio, com quinas pontiagudas, posicionadas na altura da cabeça de uma pessoa, as lixeiras basculantes constituem um risco para pedestres que têm de caminhar usando muros como referência. Paradoxalmente, este é o modelo mais escolhido por moradores de Joinville, como foi possível observar durante um teste por amostragem realizado por “AN”. Em outras situações, as lixeiras são mal posicionadas – algumas estão no meio da calçada.

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Mais: Assista ao vídeo com orientações sobre a colocação das lixeiras

As formas de os moradores instalarem suas lixeiras são tão diversas que o designer de produto Dirk Henning criou, há cerca dois meses, uma conta em uma rede social para compartilhar imagens. Os modelos vão “do lixo ao luxo”, que ele encontra em suas andanças por Joinville e região. Henning começou a postar fotos na internet, do próprio celular, usando uma pitada de humor para descrever as fotografias, e o site (http://lixoville.tumblr.com) é sucesso na rede.

Acompanhada do diretor técnico da Conurb, Renato Godinho, a equipe de reportagem percorreu uma rua residencial do bairro Costa e Silva para verificar quais modelos de lixeiras são usados e verificar se eles estão na posição correta. O resultado foi surpreendente. Aproximadamente 60% das 47 casas analisadas possuíam lixeiras inadequadas e nove sequer tinham o equipamento.

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Fazer da estrutura um obstáculo na calçada é contra a lei municipal que regulamenta as lixeiras, lembra Godinho. A chamada “lei de calçadas” diz que a faixa para circulação de pedestres, que deve ser de 1,2 metro, não pode ter obstáculos. A área de serviço (faixa com 80 cm de largura, a partir do meio-fio) é reservada aos equipamentos instalados pelo poder público, como postes. O certo, segundo Godinho, é instalar as lixeiras dentro do lote.

Multa pode ser aplicada

Godinho explica que os moradores que têm lixeiras inadequadas estão sujeitos a multa.

– O proprietário pode ser notificado e terá 30 dias para fazer as modificações necessárias, caso contrário poderá receber multa de 10 UPMs (R$ 1.937,90).

O diretor técnico explica que o órgão não tem funcionários suficientes para verificar as lixeiras, mas durante as fiscalizações das calçadas eles aproveitam para orientar os moradores sobre o posicionamento correto.

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Marcos Stumpf se mudou recentemente para uma casa que tem o modelo de lixeira basculante, e diante da orientação de Godinho comprometeu-se a fazer ajustes.

– Vou implantar um sistema com mola, para que a lixeira seja retrátil e só fique aberta no momento em que o lixeiro puxar para pegar. Para ela não fazer barulho quando fechar, também vou colocar uma borracha.

Mais: Confira modelos adequados e casos de irregularidade