O famoso “teste do pezinho”, que era usado para detectar até seis doenças em recém-nascidos, passou a identificar mais uma patologia: a toxoplasmose congênita. Chamado também de “Triagem Neonatal”, o exame foi ampliado em 15 de abril pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Santa Catarina.
Continua depois da publicidade
Siga as notícias do NSC Total pelo Google Notícias
Anteriormente o teste previa o rastreamento de seis doenças: a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e a fibrose cística. Agora, também identifica a toxoplasmose congênita.
Vereador de Joinville usava “rachadinha” para pagar funcionários informais, diz delegado
Para realizar o exame, uma amostra de sangue deve ser coletada nos primeiros dias de vida dos bebês. A recomendação é que a coleta ocorra após 48 horas do nascimento até o quinto dia de vida.
Continua depois da publicidade
Essas doenças não costumam apresentar sintomas no nascimento e, se não forem diagnosticadas prematuramente, podem causar sérios danos à saúde. O exame pode ser realizado nas unidades da Atenção Primária em Saúde ou, nos casos em que os bebês precisam permanecer hospitalizados após o nascimento, a coleta é realizada na própria unidade hospitalar.
O médico infectologista Marcos Guchert explica que a inclusão da toxoplasmose no teste de triagem neonatal permite acelerar o tratamento.
— Instituindo o tratamento de uma maneira precoce, a gente previne que essa criança tenha aumento do número de sequelas a que ela possa estar exposta, já que ela pode ter atraso de desenvolvimento, alteração auditiva, uma série de sequelas que podem comprometer o desenvolvimento dessa criança, inclusive futuramente na vida adulta, que se a gente trata precocemente a gente consegue evitar — afirma.
O exame de toxoplasmose é realizado nas gestantes durante o pré-natal, no entanto, por vezes a infecção pode ocorrer ao final da gravidez.
Continua depois da publicidade
— Às vezes ela se infecta no final da gestação e não se consegue identificar antes da criança nascer, então o teste do pezinho vai ser uma forma a mais de detectar essa doença — complementa o médico.
Em casos positivos de toxoplasmose é necessário o atendimento por uma equipe multiprofissional com fisioterapia e neurologia, dependendo do grau de comprometimento da criança.
— À medida que as crianças forem identificadas com toxoplasmose, elas vão entrar no nosso fluxo do ambulatório, e imediatamente vai ser agendada uma consulta aqui no hospital. Ela vai ser avaliada por um oftalmologista, que é um dos órgãos-alvo, onde a toxoplasmose costuma fazer lesão, além do infectologista que provavelmente já vai iniciar algum tratamento. A criança geralmente é acompanhada durante um ano — complementa o médico.
Só em 2023, Santa Catarina realizou cerca de 87 mil testes do pezinho. Esse exame importantíssimo é oferecido pelo SUS em mais de 1.476 Unidades de Saúde nos 295 municípios.
Continua depois da publicidade
— A realização do teste do pezinho é fundamental para as nossas crianças. São doenças que precisam ser detectadas e tratadas o mais rápido possível. Nos casos positivos, o nosso Hospital Infantil Joana de Gusmão, que é centro de Referência da Triagem Neonatal no Estado, está preparado para receber esses pacientes e acolher as famílias — explica a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto.
Fluxo do Teste do Pezinho
A coleta da amostra é realizada através de uma pequena picada no calcanhar do recém-nascido. Os exames realizados no estado são encaminhados, no mesmo dia, via sedex, para o Laboratório Especializado em Triagem Neonatal da Fundação Ecumênica de Amparo ao Excepcional (Fepe), no Paraná.
Nos casos positivos, a Fepe faz o contato direto com a família, com a regional de saúde, com o município de residência do bebê e com o Hospital Infantil Joana de Gusmão, onde imediatamente é feita a marcação de consultas.
— Esses pacientes não precisam passar pela regulação, visto que é fundamental que o atendimento seja realizado de forma breve. Então eles já são encaminhados para as equipes aqui do Hospital de acordo com a patologia identificada — explica a diretora do Hospital Infantil Joana de Gusmão, Tatiana Titerickz.
Continua depois da publicidade
Buscando dar mais segurança para o momento da coleta, em 2023, a SES também dobrou o número de lancetas encaminhadas às unidades de saúde. O instrumento é utilizado para realizar a perfuração do pezinho. Com a iniciativa fica garantido que, caso haja a necessidade de uma recoleta, ela seja feita imediatamente.
Leia também
Advogados e membros de facções criminosas voltam a ser alvo do Gaeco em SC
Interdição da BR-101 expõe fragilidade da logística em SC e revela urgência de obras
Morador de cidade com 10 mil habitantes fatura bolada na quina da Mega-Sena em SC