Como pretende tirar a proposta do papel Vedete das eleições de 2008, a construção do Eixo Norte-Sul, promessa de campanha dos candidatos à Prefeitura de Joinville na época, acabou sendo deixada de lado.

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Nesta eleição, Marco Tebaldi (PSDB), idealizador do primeiro projeto do eixão em 2007, quer tirar do papel a ligação rápida entre a zona Norte e a zona Sul. Tebaldi pondera, no entanto, que só conseguiria realizar a obra com ajuda financeira dos governos estadual e federal.

Da mesma forma, não há prazo para conclusão das intervenções no trânsito, que iriam ser realizadas ao longo dos quatro de governo, podendo se estender por mais tempo. A promessa, principal aposta para melhorar o trânsito nas vias que cortam a cidade passando pelo Centro, foi remodelada pela gestão Carlito Merss (PT), tendo seu valor alterado de R$ 60 milhões (primeira previsão) para R$ 98 milhões.

Dessa quantia, 10% seriam de contrapartida do município. Novo estudo calcularia o valor atual da obra. A ideia inicial é que a obra do eixão comece pela revitalização e ampliação do trecho entre o campus da UFSC, na BR-101, até as universidades ao Norte, como Univille e Udesc. O trecho contemplado seria de 22,5 km.

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Durante o percurso, seriam construídos seis elevados, com um deles no cruzamento entre a Paulo Schroeder e a Boehmerwald e outro perto do Mercado Municipal. A localização dos outros elevados ainda seria decidida depois de análise dos técnicos da administração. De qualquer forma, ruas como a Florianópolis seriam alargadas e a desapropriação de muitos terrenos seria necessária.

Os terrenos que precisariam ser comprados ficam nas ruas Florianópolis, Urussanga e Dona Francisca. A quantidade de desapropriações e os custos ainda seriam calculados. O principal impacto das medidas no trânsito seria sentido na região Sul. O acesso ao futuro campus da UFSC seria ampliado e ganharia uma rotatória. Também há possibilidade de um elevado por cima da linha ferroviária.

Para tirar o pacote de obras do papel, seria necessário buscar um financiamento no PAC das Cidades, junto ao Ministério das Cidades. Outra possibilidade, ainda em estudo, seria reformular o projeto, aproveitando a duplicação da Santos Dumont.

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Caso isso seja feito, o eixão sofreria uma atualização, cobrindo o trecho da rua Florianópolis até a Santos Dumont. Desse trecho em diante, a intervenção no trânsito ficaria por conta do pedaço a ser duplicado pelo governo do Estado.

– Temos que encontrar um modo de fazer o projeto – finaliza Tebaldi.

? A realidade da mobilidade urbana Nos últimos cinco anos, o Eixo Norte-Sul foi tema de campanhas eleitorais, inúmeros pedidos empresariais, além de ter projetos encaminhados ao Ministério das Cidades, em Brasília, para análise. Mas até hoje não houve sinal de liberação dos recursos necessários para realizar a obra.

Com isso, o custo estimado para as medidas subiu quase R$ 40 milhões e pode continuar aumentando. Do outro lado, nesses mesmos cinco anos, Joinville teve um aumento de cerca de 45% no número de veículos em suas ruas. Eram 221 mil e agora são 320 mil.

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O aumento significativo do número de veículos contrasta com dificuldade na busca de recursos para obras de mobilidade. As últimas grandes ações em Joinville foram a abertura da Marquês de Olinda e a construção do Eixo de Acesso Sul. A falta de novas medidas para o trânsito serve para ilustrar a dificuldade de construir grandes obras de mobilidade urbana em Joinville.

A duplicação da Santos Dumont, intervenção pedida desde o começo da década passada, só teve sua confirmação nas últimas semanas, após o governo do Estado garantir os recursos para realizá-la e também se responsabilizar pelo pagamento das desapropriações.

Do outro lado, a Prefeitura de Joinville encontra dificuldade para realizar grandes obras. Mesmo com um orçamento de R$ 1,8 bilhão em 2012, os recursos que sobram para investimentos – em todos os setores – não ultrapassam os R$ 60 milhões. E essa é a média do valor máximo para investimentos durante a atual administração.

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Para a construção do Eixo Norte-Sul, por exemplo, além dos custos dos elevados, binários e rotatórias, há um gasto elevado com desapropriações de áreas. Nos últimos anos quatro anos, o valor máximo orçado pela Prefeitura para compra de terrenos não ultrapassou os R$ 15 milhões.

E fica ainda pior ao ver que o valor gasto do orçado geralmente não superou um quinto do programado. Até agora, em 2012, a administração municipal gastou R$ 3,7 milhões com compra de terrenos. Como não há financiamentos que tenham como fim desapropriações, a Prefeitura tem outro desafio para conseguir dinheiro e bancar os donos dessas áreas.

PDF: os custos da obra segundo o candidato

PDF: entenda o eixo noorte-sul – projeção

Assista ao vídeo do candidato falando sobre como pretende executar a obra: