Para melhorar o trânsito e a mobilidade urbana de Joinville, o candidato a prefeito Kennedy Nunes (PSD) pretende fazer uma série de intervenções, com construção de um túnel, viadutos e elevados. Segundo estimativas dos engenheiros do candidato, as obras custariam R$ 55,5 milhões, sem contar o dinheiro necessário para desapropriações.

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A obra mais cara do planejamento é a construção de um túnel de 1,6 km ligando a rua Benjamin Constante com a Marquês de Olinda. O valor estimado é R$ 13,9 milhões. São orçados também outros três viadutos e um elevado.

Os recursos para a realização das obras viriam dos governos estadual ou federal. Segundo o candidato, já há valores reservados no orçamento do Estado, faltando pressão política para a liberação. Além disso, Kennedy Nunes acredita que todas as obras podem ser incluídas no pacote de R$ 3 bilhões que o governador Raimundo Colombo (PSD) está pegando emprestado do BNDES como compensação da resolução 72 (guerra dos portos). Também são com recursos vindos desse empréstimo que deve ser realizada a duplicação da Santos Dummont, com custo estimado em R$ 100 milhões.

Com o dinheiro garantido pelos governos estadual e federal, caberia ao município realizar as desapropriações. Para Kennedy Nunes, não seria necessário investir na compra de muitos terrenos. A avaliação dele é de que o governo municipal conseguiria comprar as áreas com o dinheiro reservado para desapropriações na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO de 2013) enviada à Câmara de Vereadores. A previsão é de que haja R$ 7,5 milhões disponíveis em 2013.

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Caso Kennedy Nunes seja eleito, as obras devem ser executadas durante os quatro anos de governo, mas não há uma escolhida para dar início às ações. Isso dependeria de um estudo técnico para que fosse decidida a ordem das intervenções. A expectativa do candidato é de que, ainda no primeiro ano de governo, seria possível dar início a uma delas.

– Dá para fazer. O dinheiro está reservado, só é preciso fazer o governo estadual nos dar 10% do empréstimo do BNDES de R$ 3 bilhões. Queremos mostrar que é possível fazer obras eficientes e de valores não tão altos e melhorar muito o trânsito da cidade. Essas obras são medidas emergenciais para tentar salvar o trânsito -, explica Kennedy Nunes.

A realidade da mobilidade urbana

A frota de Joinville aumentou quase 110% nos últimos dez anos. Eram 152.546 veículos circulando pelas ruas da cidade em agosto de 2002. Hoje, segundo dados do Detran, são 320.111. Com o acúmulo de carros, surgiram os gargalos no trânsito. Exemplo é o que ocorre nos 830 metros entre as ruas Guanabara e Miosótis: em horários de pico, o motorista leva 25 minutos para percorrer o trajeto.

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Se de um lado o número de veículos cresce vertiginosamente, do outro o investimento em mobilidade urbana é insuficiente, ainda mais quando esse planejamento depende de recursos dos governos estadual ou federal. A construção do binário do Vila Nova, uma das obras do BNDES – o banco prevê investimentos de R$ 64 milhões -, é um dos exemplos dessa burocracia. O repasse desse dinheiro é negociado desde 2007, mas somente agora, em 2012, é que o recurso efetivamente foi destravado e começará a ser utilizado.

A duplicação da Santos Dummont é outra obra que mostra a dificuldade que é obter recursos dos governos federal ou estadual. Há mais de dez anos na pauta de associações empresariais da cidade, a obra só teve sua confirmação garantida há 30 dias, após o Estado garantir os recursos. E mesmo assim, a duplicação traz à tona outra grande dificuldade, que é o custo das desapropriações para a execução do projeto. Como não existe financiamento do governo federal e estadual, cabe ao município gastar dinheiro próprio para efetuar a compra de terrenos, que geralmente acabam sendo discutidas na Justiça, já que o dono não aceita o valor proposto pela administração municipal.

Com pouco dinheiro disponível, obras vão sendo adiadas. Foi assim com parte das obras do BNDES, em que a administração municipal dividiu as desapropriações da Almirante Jaceguay em duas partes. No final das contas, as últimas grandes obras viárias que Joinville recebeu foram a construção do Eixo de Acesso Sul e a abertura da Marquês de Olinda.

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Assista ao vídeo do candidato falando sobre como pretende executar as obras