Como pretende tirar a proposta do papel

Mais parques para Joinville. Depois de concluir apenas um dos quatro parques prometidos, o prefeito Carlito Merss (PT) garante que precisa de apenas mais um ano – dos quatro de um eventual próximo governo – para conseguir concluir o que foi prometido logo depois de assumir o cargo em 2009.

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Reafirmando o objetivo de entregar novas opções de lazer para os joinvilenses, a Prefeitura continua trabalhando em estágios diferentes para a conclusão de cada uma das obras. O dinheiro para as ações já está garantido desde 2007.

Na época, a administração municipal realizou um empréstimo de US$ 14,75 milhões do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). Os recursos só podem ser destinados aos parques.

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Logo, basta a Prefeitura continuar pagando o empréstimo para quitar as despesas e dar contrapartida de 20%, em média, para cada uma das iniciativas. Com isso, até a conclusão das áreas de lazer restantes, serão gastos R$ 20,3 milhões.

De uma lista de nove parques apresentada ao Fonplata, um foi concluído: o Parque da Cidade. Outros dois acabaram de entrar em obras. Um deles, o Parque das Águas, na Cidadela Cultural Antarctica, teve a primeira etapa iniciada no mês passado. Mesmo assim, para as outras duas etapas planejadas ainda não há dinheiro nem prazo definidos.

Isso porque a fonte de recursos não poderá ser o Fonplata. A Prefeitura busca empréstimos. Enquanto isso, o parque do Morro do Finder já está tendo sua estrutura melhorada e deve ser entregue no começo do ano que vem.

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O parque do Boa Vista ainda não tem prazo para ser concluído. Uma etapa, a pavimentação da via, já foi feita e, no momento, estão sendo realizadas as licitações para a reestruturação do Zoobotânico. Já o Mirante ainda não tem prazo para ser concluído, mas o edital deve ser lançado até o final do ano

. Outras obras ainda têm pendências com a Secretaria de Patrimônio da União, como a do Morro do Amaral, que depende da liberação de um terreno pertencente à Marinha para poder ser construído – ali ficará um trapiche. Já o parque Kaesemodel não sairá e foi substituído pelo parque São Francisco, em uma área que está sendo desapropriada no bairro Adhemar Garcia.

Outro que enfrenta entraves burocráticos é o parque das Nascentes, onde há dificuldades pela necessidade de desapropriação do terreno onde ficará o espaço de lazer. ?

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A realidade das áreas de lazer

Joinville ganhou seu primeiro parque no ano passado. Antes disso, conviveu com diversas promessas que se arrastaram e não foram cumpridas. Mesmo o Parque da Cidade, único inaugurado, demorou bem mais do que o previsto.

Durante quatro anos, a gestão de Carlito Merss (PT) fez inúmeras tentativas para entregar os espaços de lazer que deveriam ser construídos com os recursos do Fonplata. O parque do Boa Vista, por exemplo, que inclui o Zoobotânico, sofreu atrasos devido à desistência da empresa responsável pela obra.

Além das áreas de lazer que a cidade conta hoje, Joinville tem 81 praças e áreas de lazer e 31 academias da melhor idade. Outras oito estão em construção. Além disso, mesmo que o dinheiro esteja contratado, há constante necessidade de adaptação do quanto pode ser gasto do empréstimo, que é em dólar.

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Mas o principal entrave são os problemas burocráticos. Algumas obras ainda dependem da liberação da Secretaria de Patrimônio da União, como a do Morro do Amaral. Foi o uso de permissão de terrenos da Marinha que impediu, por um bom tempo, o início das obras no parque Porta do Mar.

Depois de resolvido esse problema, foi constatada a necessidade de contratação de um mergulhador especialista em arqueologia. Mas mesmo abrindo o edital cinco vezes, nenhum profissional foi encontrado para a tarefa. Sem encontrar o mergulhador, agora a Prefeitura tenta fazer com que a empresa responsável pela obra tenha em seu corpo de profissionais alguém específico para a função.

Além dos problemas de ordem burocrática, os valores das obras e as medidas tomadas em cada local foram alterados ao longo do tempo. A reestruturação do parque Caieira tinha um custo estimado de R$ 100 mil e agora teve o valor mais do que dobrado, alcançando R$ 250 mil. Outra demora são os prazos para a contratação das empresas necessárias para tocar as obras. Como é um empréstimo internacional, o edital acaba sendo de 45 dias em vez de 30. ?

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O CUSTO DA PROMESSA, SEGUNDO O CANDIDATO*

TOTAL R$ 20,39 milhões

A explicação da conta

? Há cinco anos, a Prefeitura de Joinville pegou empréstimo do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) no valor de US$ 14,75 milhões. O dinheiro deveria ser usado na construção de nove parques e ciclovias interligando-os.

? Com o dólar flutuante, a Prefeitura refez várias vezes as contas do que poderia ser feito com o dinheiro. Além disso, houve atrasos nas obras, o que acaba consumindo parte dos recursos.

? Atualmente, o Ippuj calcula que o custo total para tirar do papel os oito parques será de R$ 20,39 milhões, incluindo algumas desapropropriações.

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VÍDEO: Teste de realidade com Carlito Merss (PT)