Para testar como está a mobilidade de Joinville, o jornal "A Notícia" reeditou um teste realizado em 2009, 2013 e 2017 com uma bicicleta, uma moto, um carro e um passageiro dentro de um ônibus. O percurso foi o mesmo das outras edições do "Teste de Mobilidade": os 8,5 quilômetros do terminal de ônibus Norte até a estação Sul.
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O transporte coletivo guiou as regras do percurso: o trajeto devia ser feito pelas ruas Blumenau, Nove de Março, Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas e Santa Catarina, o mesmo caminho realizado pela linha 0200, a do Norte/Sul.
Confira a reportagem completa
O repórter Luan Martendal fez o caminho de ônibus. Ele relatou a experiência e a conversa com os outros usuários do transporte público:
Às 17h59 de terça-feira, exatamente no horário previsto de saída, deixei o terminal Norte de Joinville como passageiro na linha 0200 Norte/Sul. Já no momento da partida era possível observar que todos os assentos estavam ocupados e algumas pessoas ficaram de pé e teriam de completar o percurso daquela maneira ou torcer para vagar um lugar nas paradas seguintes. Durante a passagem pela Rua Blumenau, as obras de mobilidade que estão em curso, afogaram o trânsito e o tornaram bastante lento – situação de impacto principalmente para o transporte público, que temporariamente precisa disputar seu corredor exclusivo com carros e motos. Além disso, de parada em parada, nos pontos e semáforos, aumentava o número de passageiros e também a sensação de calor devido à falta de ar condicionado aliada a quantidade de pessoas. Em certo ponto visualmente parecia haver quase a mesma quantia de gente em pé do que pessoas sentadas nos cerca de 30 bancos do ônibus.
Este foi o trecho mais demorado e consumiu quase metade do tempo total de viagem. O mesmo cenário permaneceu até a Avenida JK e, somente quando já estávamos perto da zona Sul, entre a Avenida Getúlio Vargas e a Rua Santa Catarina (Estação da Memória), o movimento começou a se inverter e mais pessoas passaram a deixar o coletivo do que embarcar nele. Para a sorte de alguns, era possível até mesmo conseguir um assento nos quilômetros finais da viagem.
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Ao longo dos pouco mais de oito quilômetros de estrada eu aproveitei para conversar com os companheiros de viagem e parte deles afirmou usar o ônibus por necessidade, enquanto muitos preferem andar de coletivo para economizar, evitar o stress de dirigir na hora do rush, descansar a mente ou mesmo para melhorar a fluidez do trânsito. Enquanto a viagem seguia, para alimentar a sensação de que o tempo estava passando mais rápido, os passageiros davam cada um o seu jeito: havia gente lendo livro, gente ouvindo música, conversando, enquanto outros ficavam vidrados no celular.
Entre um papo e outro, também houve quem aproveitasse para defender melhorias como, por exemplo, o aumento de linhas e mais conforto que justifiquem o atual preço das passagens. Outros preferiram sugestões propositivas como a criação de "semidireto" para o trecho e mais consciência dos próprios usuários, visto que muitos passageiros seguem do Terminal Norte com destino ao Centro da cidade e poderiam optar por outras linhas, contribuindo assim para desafogar o ônibus e oportunizar maior comodidade para quem precisa encarar todo o trajeto da zona Norte até a zona Sul, feito em exatos 40 minutos naquele fim de tarde.
Os tempos de cada veículo
Moto: 25 minutos (velocidade média de 20,7 km/h)
Carro: 30 minutos (velocidade média de 17 km/h)
Ônibus: 40 minutos (velocidade média de 12,8 km/h)
Bicicleta: 61 minutos (velocidade média de 8,4 km/h)
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