O Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo 2015 começou oficialmente no sábado (17) em Florianópolis com uma escolha bem acertada. Esse Corpo Meu?, da catarinense Téspis Cia de Teatro, de Itajaí, não chegou o lotar o Teatro Ademir Rosa, mas foi quase se pensar a já conhecida preguiça do público para sair de casa em noites de frio. A peça aborda questões de gênero e padrões estéticos impostos ao corpo. Uma montagem inquietante de teatro contemporâneo com humor e drama combinadas em dose exata.

Continua depois da publicidade

Confira a programação completa e gratuita do Floripa Teatro 2015

Leia a principais notícias do dia em Santa Catarina

Com direção do argentino Diego Cazabat, a peça é uma coprodução entre o grupo de Santa Catarina e a reconhecida Periplo Compañia Teatral, de Buenos Aires. No palco apenas dois corpos ingênuos (interpretados por Denise da Luz e Max Reinert), habitados por estereótipos e padrões estéticos impostos, desenrolam papeis que a sociedade espera – “homem que imita homem que imita homem…”.

Continua depois da publicidade

Não há falas, o texto desenrola-se em off com vozes entrepostas que apenas sugerem. A ambientação sonora foi bem administrada por Hedra Rockenbach. Música pop no background alta o suficiente para embalar danças nervosas dos personagens – manequins tentando achar seu lugar no universo feminino, masculino, transgênero, do estereótipo. Buscando a beleza imposta: peitão, bundão, cinturinha.

O que o público achou da peça Esse Corpo Meu?

O trabalho corporal de Max e Denise é louvável. Fizeram de seus corpos narrativas da violência contemporânea que exige padrões de beleza, do machismo ainda escancarado, dos papéis sociais do homem e da mulher.

Com 22 anos de trajetória, a história da Téspis está ligada à do Festival Isnard Azevedo. A companhia começou no mesmo ano do Festival de Florianópolis e já participou seis vezes do evento. Nesta edição teve outro espetáculo selecionado, Um, Dois, Três: Alice, peça infantojuvenil que será apresentada segunda-feira (19) no Circo da Dona Bilica, no bairro Morro das Pedras, às 14h30 e 20h.

Continua depois da publicidade

Festival terá 85 espetáculos gratuitos até 25 de outubro

A 22ª edição do Festival de Teatro Isnard Azevedo segue até o dia 25 de outubro com programação diversificada e gratuita na Capital. Ao total 47 grupos e coletivos se apresentam em variados espaços cênicos da cidade, inclusive a rua.

PROGRAMAÇÃO DOMINGO (18)

14h às 17h – Oficina: Laboratório de Crítica Teatral, Daniele Ávila Small (Rio de Janeiro/RJ), 30 horas (carga horária), sala Cassandra, Museu da Escola Catarinense, Centro.

19hLulu, Coletivo de Prática de Direção Teatral (Florianópolis/SC), comédia, 55min, adulto / a partir de 14 anos, 5º Circuito Universitário em Cena-Ceart/Udesc, Teatro Álvaro de Carvalho, Centro.

Continua depois da publicidade

20hUrano quer Mudar, Círculo Artístico Teodora (Florianópolis/SC), drama, 70min, adulto / a partir de 14 anos, Mostra Quintais Cênicos, Círculo Artístico Teodora, Campeche. OBS: espaço limitado em 30 pessoas.

20hEu Confesso, Grupo Armação (Florianópolis/SC), comédia / monólogo, 50min, adulto / a partir de 12 anos, Mostra Quintais Cênicos, Micro Centro Cultural Casa Vermelha, Centro.

20hDona Bilica, Naquele Tempo, Pé de Vento Teatro (Florianópolis/SC), comédia, 90min, adulto / a partir de 12 anos, Teatro Ademir Rosa/CIC, Agronômica.

Continua depois da publicidade

21h30 Dona Bilica, Naquele Tempo, Pé de Vento Teatro (Florianópolis/SC), 26min, adulto / a partir de 12 anos, exibição de documentário, Teatro Ademir Rosa/CIC, Agronômica.

22hDona Bilica, Naquele Tempo, Pé de Vento Teatro (Florianópolis/SC), adulto / a partir de 12 anos, debate performativo / coordenação: Prof. Dr. Flávio Desgranges, Teatro Ademir Rosa/CIC, Agronômica.

AGENDE-SE

O quê: 22º Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo

Quando: até 25 de outubro

Onde: Teatros e espaços culturais da cidade

Quanto: gratuito (ingressos podem ser retirados uma hora antes do início dos espetáculos)