A ideia de instalar hortas urbanas comunitárias, uma tendência em diversos países, está se multiplicando por Florianópolis. Alguns terrenos são cedidos pela Prefeitura, outros emprestados por particulares, e mesmo sem muito espaço, a comunidade está dando um jeito de cultivar algumas sementes, a exemplo do que vem acontecendo em unidades de saúde.
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Entre julho e agosto aconteceram mutirões nas unidades da Prainha, Saco dos Limões, Itacorubi, Agronômica. Nesses locais, comunidade se une a médicos, enfermeiros e agentes de saúde para plantar ervas medicinais que são distribuídas gratuitamente aos pacientes.
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A fórmula funciona a exemplo do que acontece com força desde 2014 no Centro de Saúde da Lagoa, onde os pacientes têm à disposição na recepção um vaso cheio de ervas, folhas e frutas que tem o poder de curar e prevenir doenças, tudo plantado no quintal e em vasos da unidade.
Mutirão para horta modelo no futuro Jardim Botânico do Itacorubi
No dia 20 de agosto, foi a vez do Itacorubi receber o mutirão. A pequena Giulia Bagnati Giacomet, de quatro anos, estava motivada para ajudar. Queria buscar pedaços de madeira e os entregava para sua mãe, a administradora Alícia, 39, que também trabalhava como voluntária na criação da horta comunitária no futuro Jardim Botânico de Florianópolis.
Além delas, cerca de 150 pessoas colocaram, literalmente, as mãos e os pés na terra para dar vida ao espaço dedicado à alimentação saudável. Esta foi a primeira vez que Giulia teve contato com a terra, assim como o primo, Caetano de Oliveira, de cinco anos. Para Alícia, participar do mutirão, além de estimular o convívio social com os demais moradores do bairro – eles moram no Santa Mônica – também garante aos pequenos conhecer de onde a saladinha que eles comem vem.
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— Acredito que é importante para a criança se conscientizar sobre alimentação saudável, fazendo parte de todo o processo, desde o plantio — avaliou.
Esta foi a primeira horta comunitária produzida pelo modelo sintrópico em Florianópolis, que utiliza fontes da natureza, e mistura nos canteiros mudas de hortaliças e árvores. Foram cerca de 5 mil mudas plantadas numa área de 180 metros quadrados. A ideia é plantar, a cada três canteiros, mudas de árvores como laranjeiras, goiabeiras, e até caqui, para dar sombra natural às hortaliças, como salsinha, couve, alface, rúcula.
As madeiras — de árvores do próprio Jardim Botânico que estavam condenadas — que a Giulia estava carregando, ditas anteriormente, foram colocadas entre cada canteiro da horta. Elas também servirão para criar matérias orgânicas e dar mais vida à terra. O material da compostagem, feito com orgânico descartado nos lixos, foi colocado em cima da terra para evitar o nascimento de mato e ajudar a manter a temperatura do solo. A expectativa é de que as primeiras mudas comecem a ganhar forma em 45 dias.
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Conceitos
Agricultura Sintrópica: elaborada pelo agricultor suíço Ernst Götsch, a técnica segue princípios que viabilizam integrar a produção de alimentos à dinâmica de regeneração natural de florestas. No modelo para hortas urbanas, o objetivo é aproveitar ao máximo os recursos naturais como solo, água e sol, por meio do consórcio de plantas.
Permacultura: sistema de design para a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza.
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