Terreno particular que era usado como pista de motocross vai receber galpões industriais em Joinville

O início da terraplanagem em um terreno às margens da BR-101, na zona Norte, na manhã desta segunda-feira marcou o sepultamento da principal pista de motocross em Joinville.

Apesar de compreenderem que o terreno onde a pista do Ipê está situada é uma propriedade particular, incentivadores do esporte na região lamentam a perda do único espaço com estrutura compatível ao dos moldes oficiais da modalidade para treinar e competir na cidade.

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Segundo a Gonzaga Terraplanagem, empresa responsável pelas obras, o terreno pertence a um grupo de empresários de Guaramirim, que irá construir galpões industriais no local.

A história de muitos pilotos foi construída na pista do Ipê, a qual teve o primeiro registro de provas em 1981. Por sete anos, as competições aconteceram no local e, há mais de 30, a pista é usada para os treinos de pilotos da região.

O joinvilense e multicampeão brasileiro, Milton Becker, o Chumbinho, é um dos pilotos que teve a sua vida conectada à pista do Ipê. Segundo ele, 21 dos 22 títulos nacionais conquistados tiveram a base de treinamentos realizados na pista do Ipê.

– É uma pena! Essa pista me ajudou a conquistar todos os campeonatos brasileiros. Eu dava cursos ali e agora não tenho mais onde ministrar. Minha vida foi construída ali – ressalta Chumbinho.

O piloto conta que a pista tinha uma localização privilegiada e um bom terreno para a prática do motocross. Com o fechamento da pista do Ipê, a alternativa para os pilotos da região é usar a pista da Estrada Timbé. No entanto, o local nem sempre está aberto para os pilotos, que precisam fazer treinamentos diários em períodos de competição.

O presidente do Moto Clube de Joinville, César Augusto de Paulo, salienta que o espaço foi importante para o motocross nacional, destacando-se muito mais como um centro de treinamento e formação de pilotos do que propriamente uma pista para competições.

Ele explica que a ideia é pleitear uma área oficial junto à Câmara de Vereadores e Prefeitura de Joinville.

– A gente sabe da dificuldade de licenciamentos ambientais, mas investir em uma nova área particular ou tentar adaptar um local fica inviável. Joinville é um celeiro de pilotos de motocross para o Brasil e, com a história que temos, não podemos ficar de fora disso – afirma.