Os relatos de tremor de terra em cidades do Vale do Itajaí acenderam um alerta na Defesa Civil de Santa Catarina. O órgão consultou a Rede Sismográfica Brasileira para saber o que de fato ocorreu nas cidades de Ilhota, Gaspar e Brusque na manhã do último sábado (8). Foi um terremoto? Não. Mas o que aconteceu? O Santa explica.

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Apesar das teorias que ganharam a internet, o coordenador de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Santa Catarina, Frederico Rudorff, garante: não houve nenhum terremoto. É o que mostram os dados do Centro de Sismologia da USP e no Observatório Sismológico de Brasília.

Para estes dois departamentos são enviadas as informações das estações de Itá, no Oeste do estado, e de 13 de Maio, na região Sul catarinense. Se o fato de sábado (8) fosse um abalo sísmico, os equipamentos teriam captado a movimentação, o que não aconteceu.

Mas então o que houve?

A hipótese mais provável, na avaliação de Rudorff, é detonação irregular de rochas. Para essa atividade é preciso autorização ambiental, bem como seguir normas de execução. Para chegar ao ponto de promover um tremor de terra, algo foi feito da forma errada, explica o coordenador da Defesa Civil de SC.

— Isso não é comum — garante.

O professor e geólogo Juarês Aumond compartilha da mesma opinião. Ele pontua ainda que pode ter sido usado dinamite em excesso na operação e, por isso, ocorreram os tremores. 

O uso em maior volume de explosivos é considerado uma alternativa mais barata do que o valor para contratação de máquinas hidráulicas, usadas com a mesma finalidade.

Identificar quem fez a detonação de rochas que provocu os tremores é mais difícil e caberia às prefeituras fazer a investigação para saber se as regras estão sendo respeitadas. 

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Mas como se acredita em ações clandestinas em casos como este do fim de semana, a Defesa Civil diz que a comunidade ajudar denunciando à polícia. 

Caso semelhante ocorreu em Blumenau

Em julho do ano passado foram os moradores de Blumenau e Indaial que se assustaram com uma situação semelhante. Era por volta do meio-dia quando ouviram um estrondo bem parecido com uma trovoada, embora o céu estivesse sem nuvens. A explicação da Defesa Civil logo veio: também se tratava de detonação de rochas.

Por coincidência, naquele dia, uma empreteira autorizada fez o procedimento em um loteamento no bairro Estradas das Areias, em Indaial, e o mesmo ocorreu quase simultaneamente em uma pedreira no bairro Itoupavazinha. O barulho mais alto que o normal se deu por conta da solidez das rochas e da profundidade em que estavam.