O terremoto que atingiu a Turquia e o noroeste da Síria na manhã desta segunda-feira (6) foi o pior tremor registrado na região desde 1939, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Mais de 5 mil pessoas morreram e milhares ficaram feridas após a passagem do fenômeno que atingiu uma magnitude de 7,8. As informações são do g1.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
A Turquia é uma das zonas de terremotos mais ativas do mundo. O abalo sísmico desta segunda-feira é considerado um dos mais mortais que ocorreram nas últimas décadas no país.
Terremoto na Turquia e Síria ultrapassa 5 mil mortos
Conforme especialistas e centros de pesquisas de atividades sismológicas, alguns pontos explicam o tamanho da destruição. A Turquia fica entre três placas tectônicas que se atritam: a da Eurásia ao Norte, a da África-Arábia ao sul, e a Placa da Anatólia. O epicentro do tremor, ou seja, o ponto da superfície onde o terremoto é sentido pela primeira vez, ocorreu próximo a cidade de Gaziantep, região no Centro-Sul da Turquia e perto da fronteira com a Síria, que também é próxima do encontro dessas placas.
Continua depois da publicidade
Conforme o Centro Alemão de Pesquisa em Geociências, o epicentro foi de 10 quilômetros da superfície, em uma profundidade considerada baixa, muito próxima ao solo. Em 1939, por exemplo, o tremor aconteceu a uma profundidade equivalente a cerca de 20 quilômetros.
Outro fato foi a força do abalo sísmico. Em entrevista ao “The New York Times”, o sismólogo da Universidade de Melbourne, na Austrália, Januka Attanayake, disse que a energia liberada pelo tremor desta segunda foi o equivalente a 32 pentajoules, o suficiente para abastecer a cidade de Nova York por mais de quatro dias.
Não há informação de brasileiros mortos após terremoto na Turquia, afirma Itamaraty
Além da energia liberada, de acordo com o USGS, o terremoto desta segunda foi seguido por um tremor secundário de magnitude 6,7 onze minutos depois, e, horas mais tarde, por outro abalo, com magnitude de 7,5, que provocaram maiores destruições. Além disso, mais de 40 réplicas, que são tremores menores, sucederam o principal.
As mudanças na crosta terrestre são as responsáveis pela frequência desses tremores secundários. O de 1939, por exemplo, também produziu tremores do tipo. Mas, com o passar do tempo e a recuperação das falhas, os eventos se tornam cada vez mais raros.
Continua depois da publicidade
Porém, ainda de acordo com a USGS, terremotos como das da Turquia são muito mais prováveis de serem seguidos por tremores secundários do que abalos mais profundos, com epicentros maiores que 30 km de profundidade.
Histórico de terremotos
Conforme o USGS, desde 1970, apenas três terremotos de magnitude 6 ou mais ocorreram nas proximidades do tremor desta segunda. Em 2020, por exemplo, ocorreu um dos maiores, com magnitude de 6,7. Eles ocorreram ao longo ou nas proximidades da falha da Anatólia Oriental.
A área com mais terremotos no mundo é o Círculo de Fogo do Pacífico, região que fica longe do tremor desta segunda-feira. Porém, historicamente, o Sul da Turquia e o Norte da Síria sofreram terremotos significativos e prejudiciais no passado.
Em Aleppo, na Síria, por exemplo, a área foi devastada várias vezes por terremotos:
- Segundo o USGS, um terremoto de magnitude 7,1 atingiu a cidade em 1138, e um terremoto de magnitude 7,0 ocorreu em 1822. As estimativas de fatalidade do terremoto de 1822 chegam a 60 mil.
Continua depois da publicidade
Na Turquia, além do abalo sísmico de 1939, outros eventos significativos aconteceram mais recentemente como:
- Um tremor de magnitude 6,7 em 2020 que atingiu o Mar Egeu e causou grande destruição na cidade costeira de Izmir, deixando 12 pessoas mortas e mais de 600 feridas;
- Um tremor de magnitude 7,2 em 2011 que atingiu a província oriental de Van, localizada próximo ao Iraque, deixando 264 mortos e 1.300 feridos;
- Um tremor de magnitude 6 em 2010 que atingiu o leste da Turquia, deixando 51 pessoas mortas;
- Um tremor de magnitude 7,4 em 1999 que atingiu Istambul e o noroeste da Turquia, deixando mais de 17 mil mortos e 30 mil feridos.
Em um cenário de devastação, as equipes de resgate na Turquia e no norte da Síria prosseguem nesta terça-feira (7) em sua luta contra o tempo e o frio para encontrar sobreviventes entre os escombros após o terremoto de segunda-feira (6) que matou mais de 5.000 pessoas.
Na Turquia, o número de mortos subiu para 3.419, com 20.534 feridos, anunciou o vice-presidente Fuat Oktay. Na Síria, 1.602 pessoas faleceram e 3.640 ficaram feridas, de acordo com os balanços das autoridades de Damasco e das equipes de resgate nas zonas rebeldes.
Continua depois da publicidade
Leia também:
Ex-jogador da Chapecoense na Turquia desabafa sobre terremoto: “Tudo vai passar”
Influenciadora que morou em SC fica sem contato com namorado turco após terremoto: “Ansiedade”