O terremoto de 7 graus na escala Richter que sacudiu o Haiti na terça-feira foi 35 vezes mais potente que a bomba atômica lançada em Hiroshima (Japão) no final da Segunda Guerra Mundial. A afirmação foi feita hoje por Roger Searle, professor de geofísica na Universidade de Durham (Reino Unido), que comparou também a energia liberada pelo terremoto no país caribenho com a explosão de meio milhão de toneladas de TNT.

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No entanto, Searle assinalou que, apesar da magnitude deste tremor, “a energia liberada foi apenas uma centésima parte da lançada pelo terremoto que castigou Banda Aceh (Indonésia) em 2004”. O geofísico disse à Agência Efe que, “embora não seja possível prever quando acontecerá um terremoto, é possível saber onde vai acontecer, já que a maioria acontece nos limites entre placas tectônicas”.

– No local onde se encontram duas placas tectônicas surge uma complexa rede de falhas que permite prever qual delas vai se movimentar primeiro, mas não quando vão acontecer os movimentos – argumentou.

Segundo o Serviço Geológico Britânico, apesar de não ocorrer um terremoto há 250 anos na região, “sob o Haiti há uma rede de falhas, que faziam com que isso fosse possível, embora fora impossível prever o momento”.

Searle disse ainda que todos os anos acontecem no mundo 50 terremotos da mesma magnitude que o do Haiti, mas eles não causam este grau de destruição e morte por ocorrer longe de áreas densamente povoadas ou em locais próximos a placas tectônicas onde a construção é mais sólida, como o Japão ou o estado americano da Califórnia.

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O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 de Brasília da terça-feira e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país. A Cruz Vermelha do Haiti estima que o número de mortos ficará entre 45 mil e 50 mil.

Ontem, o primeiro-ministro do país, Jean Max Bellerive, havia falado de “centenas de milhares” de mortos. O Exército brasileiro confirmou que pelo menos 14 militares do país que participam da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) morreram em consequência do terremoto.

A brasileira Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, ligada à Igreja Católica, também morreu no tremor.

Cenário é de guerra no país caribenho

É um resumo da desgraça provocada por um tremor de 7,3 graus na escala Richter que, nesta terça-feira, matou dezenas de milhares de pessoas e atingiu pelo menos 3,5 milhões. A morte de dois militares gaúchos que, em meio à miséria do Haiti, serviam às forças de paz da ONU, foi confirmada pelo Exército. Outros 12 brasileiros também morreram no tremor de 7,3 graus na escala Richter – entre eles a missionária Zilda Arns, 73 anos.

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