Um forte terremoto, de 8,4 graus na escala Richter, sacudiu nesta quarta-feira a região central do Chile, balançando prédios, provocando um alerta de tsunami e deixando ao menos três mortos, informou a presidente Michelle Bachelet.
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“Contamos com certeza e já identificamos três mortos”, disse Bachelet em entrevista coletiva no Palácio de La Moneda, em Santiago, após realizar uma avaliação preliminar do impacto do terremoto.
Dois óbitos ocorreram no norte do país, na zona do tremor, e o terceiro em Santiago.
“Uma mulher de 25 a 30 anos morreu com o impacto de um reboco na cabeça”, revelou o prefeito Patricio Trigo, da cidade de Illapel, onde outras dez pessoas ficaram feridas no desabamento de casas.
Outra vítima fatal foi um homem de 86 anos, que morreu de infarto no subúrbio de Maipú, em Santiago, informou à Televisão Nacional do Chile o prefeito local, Cristián Vittori.
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Segundo Bachelet, quatro horas após o terremoto há um diagnóstico parcial que aponta alguns danos, mas “até o momento não temos informações sobre tsunami, e a altura das ondas está diminuindo”.
A presidente advertiu para a ocorrência de tremores secundários e disse que o governo acompanha a situação “minuto a minuto”.
Logo após o terremoto, o ministro do Interior, Jorge Burgos, havia decretado “a evacuação preventiva em toda a costa do país”.
O abalo ocorreu às 19H54 local (e Brasília), diante de Illapel (norte), de 31 mil habitantes, onde se registraram a maior parte das vítimas.
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O Centro Sismológico Nacional da Universidade do Chile (CSN) situou o epicentro 36 km a oeste da localidade de Canela Baja, na região de Coquimbo (500 km da capital), a uma profundidade de 11 km.
Inicialmente, o Centro Sismológico Nacional informou um tremor de 7,2 graus, mas posteriormente, o governo ajustou a magnitude para 8,4 graus na escala Richter.
O Serviço Sismológico dos Estados Unidos (USGS) relatou um terremoto de 8,3 graus na escala de magnitude, situando o epicentro 230 km ao norte de Santiago.
O Serviço Hidrológico e Oceanográfico da Marinha (Schoa) emitiu um alerta de tsunami para toda a costa do país, ordenando a evacuação das cidades situadas à beira-mar, e a Direção de Hidrografia e Navegação da Marinha de Guerra do Peru (Ideci) também alertou para um tsunami no litoral peruano, que foi cancelado posteriormente.
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Até no estado americano da Califórnia houve uma advertência de tsunami.
“As pessoas corriam para todos os lados, não sabíamos para onde ir”, contou Gloria Navarro, moradora da cidade de La Serena, no norte chileno, cuja costa foi evacuada diante do risco de tsunami.
“Estávamos saindo do nosso prédio quando tudo começou a balançar, algo muito forte. O chão tremia com muita força”, relatou Pablo Cifuentes, morador de Santiago, à rádio Cooperativa.
O terremoto foi de longa duração e seguido de vários tremores secundários muito fortes.
Em Santiago, capital chilena com 6,6 milhões de habitantes, o terremoto causou pânico e milhares de pessoas foram às ruas, constatou um jornalista da AFP.
Os serviços básicos funcionavam normalmente em Santiago, do mesmo modo que a Internet, e o aeroporto foi reaberto após uma revisão das pistas.
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Os telefones apresentaram problemas na capital chilena e o metrô suspendeu suas operações devido aos diversos abalos secundários, incluindo um tremor de 6,5 graus, segundo o CSN.
O terremoto foi sentido em Buenos Aires, 1.400 km a oeste de Santiago, onde os prédios balançaram e várias pessoas entraram em pânico.
O abalo foi percebido em várias províncias argentinas, como Catamarca e Tucumán, no norte, Mendoza, oeste, e Córdoba, no centro do país.
Em 2010, a zona central do Chile foi sacudida por um terremoto de 8,8 graus com tsunami que deixou mais de 500 mortos.
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* AFP