Na Termotécnica, em Joinville, até o presidente Albano Schmidt aparece em selfies na página da empresa no Facebook. A informalidade e a proximidade com os colaboradores são cultivadas pelas lideranças e contribuem para um bom clima organizacional na companhia.
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Pela primeira vez, a fabricante de soluções em plástico, líder no mercado de embalagens para produtos industriais, aparece no guia Você S/A – As 150 Melhores Empresas para Você Trabalhar. O ponto alto da pesquisa, no caso da Termotécnica, foi a identificação do funcionário, conquistada a partir de um conjunto de atitudes cotidianas reconhecidas e aprovadas pelos trabalhadores.
O retorno, em 2013, do Programa de Participação nos Resultados (PPR), depois de quatro anos fora do ar, teve peso importante no apoio do quadro de funcionários. Metade se refere ao desempenho por setor dentro da empresa, e os outros 50% são referentes ao resultado consolidado da companhia. Mas não foi apenas o salário extra que ajudou a empresa a conquistar o resultado. Outros aspectos também contribuem para a boa pontuação no guia.
Quando a Termotécnica realiza a pesquisa de clima, os funcionários ficam sabendo o que precisa mudar e como a empresa pretende agir. Todos podem acompanhar por meio de murais o status do que já foi feito.
– A motivação vem de dentro. A questão é o que desmotiva, e são fatores como a falta de comunicação clara, salário inadequado com o mercado e não ter oportunidade de se expressar. A empresa precisa reduzir os pontos que desmotivam – afirma a gerente de gestão de pessoas da companhia, Cléa Biscaia.
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A Temotécnica compreende a importância dos momentos de integração. Eles podem surgir tanto nas comemorações de conquistas da empresa e de datas importantes quanto em espaços criados justamente para este fim. No início deste ano, a companhia acatou um pedido dos funcionários e criou um espaço confortável ao lado do refeitório com mesas de jogos, televisão e pufes para descansar.
Nas partidas do Brasil na Copa do Mundo de futebol, houve quem achasse mais divertido assistir à partida no espaço da empresa do que em casa. Mas este tipo de ambiente não serve apenas ao lazer. Quando pessoas que não costumam se encontrar e se relacionar no trabalho passam a conversar, muitas barreiras profissionais acabam ficando para trás.
– Depois que comecei a jogar pingue-pongue, o meu relacionamento com outras áreas melhorou, pois conheço o outro lado das pessoas, convivo com elas – diz um frequentador assíduo do espaço, o analista da controladoria Rafael Mendes.
O relacionamento vai além da mesa de pingue-pongue. A cultura da empresa também não é rígida. Os profissionais sentem-se à vontade para interagir com funcionários de outros departamentos.
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Pausa para o corpo e a mente
José Cláudio Cordeiro, de 40 anos, passa de cinco a seis horas em pé todos os dias na função de operador do reator utilizado na fabricação de EPS (sigla internacional para o poliestireno expandido, mais conhecido como isopor no Brasil). Ele diz que precisa ficar atento aos comandos dos equipamentos permanentemente. É por isso que José Cláudio gostou bastante do novo espaço de integração ao lado do refeitório da empresa, repaginado em maio deste ano, nas comemorações do Dia do Trabalhador. Ali, ele encontrou um lugar para relaxar as pernas, os olhos e a mente durante o intervalo de trabalho.

Os pufes coloridos dão um ar mais aconchegante para o espaço, mas entre os trabalhadores a distração mais concorrida é, sem dúvidas, o pingue-pongue. É comum formarem-se filas próximas à mesa, o que aumenta ainda mais a pressão sobre quem está jogando. O analista de controladoria sênior Rafael Mendes, de 28 anos, é considerado fera no esporte. Quase todos os dias, ele dedica 30 minutos ao pingue-pongue na hora do almoço. E não teme as eventuais críticas.
– A empresa incentiva o uso do espaço. Nossa cultura permite – afirma.
Para que a iniciativa dê certo, os funcionários podem utilizar o espaço fora do horário de trabalho. E há oportunidades para isso. Muitos que dependem do ônibus da empresa para se dirigir ao trabalho, por exemplo, acabam chegando mais cedo do que o horário, dependendo da linha, e aproveitam para interagir com os demais colegas.
O espaço deu tão certo que para reduzir as filas na mesa de pingue-pongue e aproveitar bem o tempo, os jogadores estabeleceram uma regra entre eles. Agora, as partidas só podem ser realizadas em duplas.
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