Fomos conferir a possível existência de um estacionamento no subsolo do Terminal Rodoviário Rita Maria, em Florianópolis, seguindo sugestão do colunista Mário Motta.
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Sob a construção inaugurada em 1981, por onde passam 25 mil pessoas ao dia em temporadas de verão (segundo Deter), existe de fato um espaço vago de aproximadamente 900 metros quadrados, com pouco mais de três metros de altura.
Trata-se de um porão, sem janelas ou sistema de ventilação. Uma caixa de concreto com iluminação tão precária e amarelada que mais parece um set de filme de terror. O gerente do terminal, Marcel Amin, que trabalha há 33 anos para o Departamento de Transportes e Terminais (Deter), garante que desde a fase de projeto o espaço seria destinado como depósito para as lojas. Por anos foi esta a utilidade, segundo ele, que nega ter havido alguma possibilidade de transformar o local em estacionamento.
Acesso é feito apenas pela área de serviço, restrito aos funcionários do lugar (Marco Favero/Agencia RBS)
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Lendas do subsolo
Ali eram deixados pacotes de comida, mercadorias e objetos de pouco uso em boxes gradeados entre uma pilastra e outra. Mas a falta de oxigenação tornou o lugar insalubre e atualmente o porão serve apenas como depósito para a administração do terminal. Extintores vencidos, caixas de tinta, peças de vidro, ferramentas, pedaços de madeira e placas de sinalização compõem os objetos que ficam abaixo do nível do mar.
O único acesso é feito por uma escada em espiral, que parte do corredor da área de serviço, onde somente funcionários são autorizados a circular. Entre eles surgiram histórias que mais parecem lendas de mal assombro. Um trabalhador do turno da noite, que não quis se identificar, conta que um colega teria sido “puxado” ao tentar subir a tal escada e, quando olhou para trás, não havia ninguém. Em outra feita, um guarda teria tirado uma foto de celular e a imagem captada continha um vulto estranho.
– São histórias que contam sobre o subsolo. O aparelho começou a falhar, inclusive, e só voltou a funcionar depois que a foto foi apagada – conta.
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Funcionário puxado na escada e fotografia com a imagem de vulto são algumas histórias do porão (Marco Favero/Agencia RBS)
Por que não pode ser um estacionamento?
O porão do Rita Maria fica localizado embaixo das plataformas de desembarque dos ônibus, no lado oposto ao usado para circulação de carros e a área destinada ao estacionamento. Como se fosse nos fundos do Terminal. Tal posicionamento seria o primeiro impedimento para transformar a área em estacionamento, segundo o gerente Marcel Amin.
Outro fator seria o custo elevado para mudar a estrutura do prédio criando entradas e saídas para um local que está abaixo do nível do mar e fora da rota dos veículos.
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– Foi feito um estudo anos atrás, mas não foi para frente. É inviável – afirma Marcel.
E apesar dos 900 metros quadrados de área aproximada, a disposição das pilastras limitaria muito a quantidade de carros estacionados, o que não justificaria tal empreendimento.
Espaço é usado atualmente como depósito da administração do Terminal Rita Maria (Marco Favero/Agencia RBS)