Com os projetos concluídos e enviados para a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), Palhoça avançou em direção ao transporte marítimo na Grande Florianópolis. As maquetes eletrônicas divulgadas são um passo importante para a região, que, até então, sequer tinha colocado a ideia no papel. Elas foram divulgadas nesta semana, com informações importantes sobre tamanhos, custos e até um trajeto experimental, a ser feito por um barco camatarã.
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As estruturas foram inspiradas em Veneza, Amsterdã, Hong Kong e Porto Alegre, onde o sistema do transporte marítimo com o barco catamarã está em operação. Segundo o engenheiro Felipe Zacchi Gómez, da empresa Iguatemi Consultoria e Serviço de Engenharia, vencedora do processo licitatório, o documento foi elaborado com foco na acessibilidade e na segurança do usuário, que vai contar com ponto de ônibus e trapiche cobertos exclusivos, estacionamentos para carros, bicicletas e motos, espaço para refeições e assentos para aguardar o horário da embarcação.
Apesar dos projetos terem sido elaborados para Palhoça, o secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços do municípios, Josué da Silva Mattos, afirma que os pontos de embarque e desembarque foram escolhidos em pontos estratégicos para interligar cidades vizinhas como Florianópolis, São José, Biguaçu e, no verão, Governador Celso Ramos.
Estado acelera ações
A integração do transporte marítimo na Grande Florianópolis também ganha fôlego na Secretaria de Estado de Infraestrutura. O secretário Valdir Cobalchini reforçou que o assunt o é prioridade. Foi criada uma gerência no Departamento Estadual de Transportes e Terminais (Deter) para tratar do tema, nos próximos 30 dias.
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O primeiro passo seria a criação de uma minuta de um projeto de lei que regulamentasse o transporte hidroviários, na região. Esse documento, com regras de como funcionaria o serviço na região, seria enviado à Casa Civil esta semana.
O passo seguinte, conforme Cobalchini, será uma reunião com as municípios de São José, Florianópolis, Biguaçu e Palhoça para a definição de pontos dos terminais. Em Florianópolis, é quase certo que ele ficaria nos arredores do Centrosul, bem no Centro da Capital. Em São José, uma das possibilidades é a Beira-Mar do município.
Haveria ainda a intervenção do Estado junto aos órgãos: Capitania dos Portos, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e Fundação do Meio Ambiente (Fatma) para tratar sobre segurança, licenças, estrutura dos terminais e sinalizações.
Viagens antes do previsto
A etapa final seria a autorização de uma ou mais empresas para explorar a travessia em carácter experimental, sem um edital de licitação. A Secretaria de Infraestrutura adianta que a empresa BB Barcos já mostrou interesse no trabalho experimental e que provavelmente será a que fará o teste do transporte marítimo na Grande Florianópolis.
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Somente depois seria lançado um edital de licitação pública para a operação do novo modal. Cobalchini garante que até o fim deste primeiro semestre, o assunto sai do papel.
Catamarã é o escolhido
Antes era hipótese. Agora, foi definido que o modelo da embarcação a ser adotado em Palhoça será o catamarã, que até já esteve na Grande Florianópolis, no final do ano passado, para um passeio experimental. O barco é semelhante ao que já atua no transporte entre Guaíba e Porto Alegre, desde o ano passado.
O barco atende a todos os requisitos de segurança. O pedido de licença ambiental já foi enviado. A licença da Capitania dos Portos só será protocolada após a análise dos projetos e a licença ambiental aprovada.
A partir de agora, a papelada está sendo avaliada pela SPU, que vai dar um parecer após o aval da Advocacia Geral da União. O prazo médio para que o processo seja concluído é de 90 dias, ou meados de junho.
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Somente depois da aprovação do projeto, será aberto um edital de licitação para a operação do sistema no município. Definições de horários e valores das embarcações e construção dos terminais serão divulgados neste documento, que já está pré-elaborado e sendo avaliado pelo setor jurídico da prefeitura de Palhoça.
Local onde terminais serão construídos:
1) Ponte do Imaruim: ao lado da Associação dos Pescadores
2) Barra do Aririú: ao lado do rancho dos pescadores
3) Praia de Fora: em frente ao boliche do Ari
4) Praia do Sonho: na praia, próximo à guarita dos Bombeiros e da Rua Aurora
Ligação Palhoça/Florianópolis (futuro)
Tomando como ponto de referência o Centro de Convenções, no Centro da Capital, os terminais levariam o seguinte tempo de viagem:
– Da Ponte do Imaruim para Florianópolis: 20 minutos
– Da Barra do Aririú para Florianópolis: 30 minutos
– Da Praia de Fora para Florianópolis: 30 minutos
– Da Praia do Sonho para Florianópolis: média 40 minutos