O sindicato dos motoristas e cobradores (Sintraturb) recuou e decidiu suspender a greve do transporte coletivo de Florianópolis na noite desta terça-feira. A decisão foi tomada porque os trabalhadores não desejam que o índice de reajuste salarial seja definido pela Justiça do Trabalho no dissídio coletivo marcado para quinta-feira.

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O motivo é que se o caso fosse para a avaliação dos desembargadores, os motoristas e cobradores poderiam receber menos que o oferecido pelo sindicato dos empresários (Setuf), a reposição de 7,16% referente ao INPC mais ganho real de 2,63%. Os ônibus voltam a circular a partir das 4h30min de quarta-feira.

A decisão ocorreu em assembleia que iniciou às 20h desta terça. De acordo com o sindicato, os grevistas estariam “dando um passo atrás para dar dois à frente em breve”. Os motoristas e cobradores continuam em estado de greve e buscam uma nova estratégia para continuar a negociação.

Ainda assim, os sindicatos dos trabalhadores e dos empresários devem receber a multa pelos dois dias sem manter a frota mínima de ônibus em circulação, que somam R$200 mil.

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Sobre a greve

A greve dos trabalhadores do transporte coletivo iniciou à 0h desta segunda-feira em Florianópolis. A Justiça determinou que uma frota mínima de ônibus circulasse nos horários de pico, mas a decisão não foi respeitada pelos motoristas e cobradores. Sem ônibus rodando, foi aplicada a multa diária de R$ 100 mil para cada dia, estipulada ainda na sexta-feira pelo procurador Regional do Trabalho, Alexandre Freitas.

As negociações entre Setuf e Sintraturb seguiram na mesa do Tribunal Regional do Trabalho, mas sem um acordo, a Justiça decidiu por marcar o julgamento do dissídio coletivo.

No segundo dia sem ônibus, o prefeito de Florianópolis Cesar Souza Júnior, em reunião com outras autoridades, pediu que o dissídio coletivo sobre a greve fosse rigoroso. Segundo ele, a greve estaria ferindo a constituição. Dessa maneira, para evitar uma decisão mais drástica de Justiça, os trabalhadores recuaram e suspenderam a greve. O Sintraturb avalia o momento como uma pausa na greve para traçar novas estratégias e, mais tarde, manter as reinvindicações.

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