A ordem é reagir. Foi o que deixou claro, terça-feira, em visita a Itajaí o comandante-geral da Polícia Militar em Santa Catarina, coronel Nazareno Marcineiro. Apesar de reconhecer que é impossível prever todos os ataques, ele garantiu que o trabalho está sendo feito com auxílio das equipes de inteligência e disse acreditar que os atentados estão decaindo.
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Nesta entrevista, concedida na sede do 1º Batalhão da PM, em Itajaí, o comandante fala sobre o plano de ação que foi montado para conter as ocorrências e afirma que haverá segurança para moradores e turistas durante o Carnaval.
Que medidas serão tomadas para conter os ataques?
De 12 a 18 de novembro a concentração foi maior em Florianópolis, e desta vez houve uma dispersão. Já são 16 cidades onde ocorreram esses episódios, e de forma bastante distribuída. O cuidado que temos é reforçar o policiamento de forma bastante acentuada. Estamos cuidando do transporte coletivo e das vias por onde trafegam os ônibus. Desta vez, já tínhamos uma experiência acumulada de novembro e reagimos de pronto, tanto é que o resgate da normalidade acabou sendo mais rápido. Temos uma frota bastante considerável de sobreaviso, para atuar caso seja necessário e prontamente. Ordenei que um contingente formado pelo Bope e pelo Choque estivesse pronto para sair em no máximo 30 minutos para qualquer lugar do Estado. Além disso, o plano de contingência desenvolvido deixou de prontidão toda a tropa no interior. A tendência é de declínio desses episódios.
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Havia informações de que essas ocorrências poderiam aumentar durante o Carnaval. Isto não procede?
A análise dos números e dos fatos, até o momento, leva à conclusão de que está declinando. Mas todos os informes que são coletados pelo sistema de inteligência são levados em consideração, porque não queremos correr riscos. Estaremos preparados para enfrentar.
O Estado imaginava que pudesse haver uma nova onda de atentados?
Os episódios de novembro geraram um processo de estudo. Tínhamos todas as informações que giravam em torno do assunto, tanto é que, de pronto, o aparato policial foi para as ruas e começou a trabalhar intensamente. O problema é que os atentados acontecem em lugares que, por mais que se tenham estudos, não se consegue identificar. Os responsáveis são muitas vezes menores recrutados pelos criminosos, que caminham pelas ruas e eventualmente, quando encontram oportunidade, o fazem. Não é possível estarmos em todo o lugar. Mas dominamos todos os lugares que tinham possibilidade de acontecer com a prospecção de inteligência que foi feita.
Os atentados aqui na região foram diferentes dos registrados em Florianópolis e Joinville, por exemplo. A que o comando da PM atribui isso?
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O que motivou tem a mesma relação, mas os objetos atingidos foram aqueles que a oportunidade apresentou em cada situação.
Você acredita que tenham sido atentados ou atos de vandalismo?
Dos 54 episódios relacionados, há uma quantidade significativa que foi, de fato, atentado. Mas existe uma outra quantidade, não só aqui em Itajaí, que são praticados por oportunistas, vândalos, e pessoas que aproveitam o momento para buscar algum tipo de vantagem pessoal. Tratamos todos como crimes contra o patrimônio público e contra a ordem pública. Depois da providência policial imediata, a Justiça vai avaliar a razão em cada um deles.
Estamos chegando ao Carnaval, que é uma época de intenso turismo e importante na região. É possível garantir a segurança?
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Vai haver segurança. Estamos passando por um momento de exceção, mas a Polícia Militar tem dado respostas. Estamos com três grandes eventos interagindo, os atentados, a Operação Veraneio e o Carnaval. Já tivemos os festejos pré-carnavalescos em Florianópolis, um evento muito grande, que ocorreu com segurança e tranquilidade. E deve ser assim também no Carnaval.