Na hora em que o capitão Thiago Silva subiu na pequena área, aproveitou o escanteio de Neymar e cabeceou a bola, marcando o segundo gol do Brasil sobre a Sérvia, garantindo não só a fase seguinte mas a liderança no grupo E, com sete pontos, o dia terminava bem para o torcedor joinvilense.
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Ainda não era nem 16h30, mas a terceira partida da seleção brasileira na Copa do Mundo já havia feito com que grande parte dos trabalhadores encerrassem o expediente mais cedo — prova disso eram os funcionários ainda com uniformes de empresas e as lojas fechadas no centro da cidade —, estudantes fossem liberados das aulas e o envolvimento com o esporte mais amado do País ganhasse novo fôlego depois de um início quase apático.
Caroline Pereira, 39 anos, provou um pouco deste gostinho de olhar a Copa de um jeito mais especial na partida entre Brasil e Sérvia. Ele nem havia acompanhado o primeiro jogo da seleção, quando o rival foi a Suíça e o placar empacou em 1 a 1 e, com a partida entre Brasil e Costa Rica ocorrendo de manhã, só agora decidiu assistir a um jogo em local público.
— Eu estava meio desanimada com toda essa situação política, mas com o passar dos jogos comecei a pensar que não adianta ficar triste. Esporte também é lazer e faz bem para a gente — afirmou ela, que fechou a agência de turismo com a amiga Franciele Agostinho da Silva, 25 anos, para conferir o jogo no Barão.
Já o filho dela, Joaquim, de dez anos, não via nenhum impedimento para não se dedicar ao futebol neste período: o menino, que pintou o cabelo de verde para torcer para o Brasil na Copa, apostava em um 2 a 1, equilibrando a
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certeza de que o Brasil tem mais tradição mas que os jogadores sérvios tinham força.
— Eles são mais altos que os brasileiros e estão na 34ª posição no ranking da Fifa — comentou o menino, que sabia inclusive os difíceis nomes dos sérvios como Nemanja Mati? e Veljkovic.
Foram eles, aliás, que mais deram trabalho para a seleção brasileira e fizeram a auxiliar administrativa Andrea Machoski, 37 anos, agarrar com mais força a bandeira do Brasil que trazia nas costas. Ela e quatro colegas de trabalho saíram da empresa mais cedo e foram juntos à praça do Mercado Público Municipal.
— Acho que precisamos estar unidos e torcer mesmo — afirmou ela, que pedia pelo menos dois gols para o Brasil e foi atendida.
Além da comemoração pela vitória do Brasil, eles viviam também o sentimento de “revanche”: o Brasil se classificava bem para as oitavas de final no mesmo dia em que a Alemanha era eliminada da Copa do Mundo após uma derrota de 2 a 0 para a Coréia do Sul. Costureira e idealizadora das próprias peças, Laís Corrente, 53 anos, aproveitava a movimentação no Mercado Municipal para vender produtos com a bandeira do Brasil. Ela confirma que também percebeu as pessoas mais felizes nesta quarta-feira.
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— Agora, estão todos mais empolgados para torcer — avalia.