A greve dos servidores estaduais da educação chegou ao terceiro dia nesta quinta-feira (25) e passou a afetar também as turmas iniciais das escolas em Joinville, do primeiro ao quinto ano. Até então, a adesão de 300 professores impactava apenas estudantes entre o sexto ano e o ensino médio.

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A novidade da manhã desta quinta-feira obrigou muitos pais e responsáveis a não levarem seus filhos para as escolas. Além da escola Antônia Alpaídes, onde ao menos 24 professores aderiram à greve, as escolas Maria Amin Ghanen, no bairro Aventureiro, também com 24 professores grevistas, e a escola Governador Celso Ramos, no Bucarein, com 13 docentes grevistas, são as mais afetadas no município.

Em entrevista à Rádio CBN Joinville, a coordenadora regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC), Viviane de Souza, explicou que um dos principais objetivos da paralisação é cobrar o Governo do Estado para a realização de novo concurso na área da educação.

— Hoje, 70% dos professores são contratados temporariamente, com vínculo encerrando em dezembro. Isso dificulta a construção da qualidade no ensino. O governo prometeu concurso no ano passado e ainda não lançou o edital — afirma.

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Pautas como a valorização do magistério também foram levantadas durante o protesto. Segundo os professores, não há estímulo financeiro nos salários de profissionais que buscam a qualificação em cursos de mestrado ou doutorado. Para Matheus Cristiano Torres, professor na escola Antônia Alpaídes, a estratégia visa chamar a atenção da comunidade e pressionar o governo nas exigências apresentadas pelos grevistas.

— Nós começamos com quatro professores e hoje estamos com 80% da escola paralisada. Hoje só três professores estão trabalhando aqui na escola Antônia Alpaídes. Nenhum professor quer paralisar, queremos estar em sala de aula, mas precisamos que o governo negocie o mais rápido possível com a categoria — explica.

Entenda a greve dos professores

Professores de escolas estaduais de Santa Catarina entraram em greve na última terça-feira (23). Houve mobilização em várias regiões do Estado. O sindicato que representa a categoria se reuniu com o governo catarinense e, por enquanto, não há previsão para o fim da mobilização.

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Os professores e demais profissionais da educação que atuam no Estado reivindicam novo concurso público, descompactação da tabela, sem salários iguais para diferentes posições, com ganhos para o trabalhador que avança em sua formação ou no tempo de serviço público, valorização da carreira, além de mais investimentos na educação e na estrutura das escolas.

O que diz o governo do estado

Em coletiva realizada na terça-feira (23), o secretário de Administração de Santa Catarina, Vânio Boing, afirmou que até o final do ano o governo do estado deve realizar um concurso para 10 mil vagas. O edital deve ser publicado até junho. Estes novos servidores já entram no novo sistema de previdência do estado. Já sobre a descompactação da tabela salarial, principal reivindicação do magistério, Boing diz que a mudança causaria um acréscimo de R$ 4,5 bilhões na folha de pagamento do Estado.

— Isso é insuportável pela lei de responsabilidade fiscal, visto que já estamos no limite — afirmou o secretário.

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