Santa Catarina anunciou que vai começar a aplicar uma dose de reforço da vacina contra Covid-19 nos idosos acima de 70 anos e pessoas com imunossupressão a partir de setembro. Apesar dos termos “terceira dose” e “dose de reforço” estarem sendo utilizados como sinônimos, especialistas divergem sobre a nomenclatura correta a ser utilizada. Entenda se há diferença.

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O secretário de Estado da Saúde de Santa Catarina, André Motta Ribeiro, disse que o nome correto para a aplicação que será adotada a partir de setembro é “dose de reforço”, já que a imunização ocorre com pessoas que foram vacinadas a mais de seis meses, independente do laboratório do imunizante utilizado.

Motta explica que os imunizantes foram eficazes para os grupos vacinados no começo do ano, com as duas doses ou dose única, mas agora estão perdendo eficácia naturalmente, e as pessoas estão sendo infectadas e até hospitalizadas novamente.

— A dose de reforço vai servir tanto para vacinas com esquema das duas doses, como para aquela de dose única. Ela é para grupos específicos, que são aquelas pessoas que já tomaram a vacina a mais de seis meses e que fazem parte de alguns grupos que naturalmente com o tempo tem uma redução da sua imunidade. Principalmente idosos acima de 70 anos e pessoas portadoras de imunossupressão — disse em entrevista à NSC TV. 

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O secretário ainda destaca que a dose de reforço nesses grupos será de outro fabricante, já que estudos feitos em outros países mostram que a “mistura” de vacinas garante mais proteção.  

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O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, compartilha de opinião semelhante. Segundo ele, até o momento, uma terceira dose está descartada no Brasil, mas que é preciso pensar em uma “revacinação”. 

— As pessoas acham que quem tomou as duas doses teria que tomar uma terceira dose para complementar a imunidade. Não é o que tratamos aqui. Estamos falando de uma revacinação — comentou Covas em coletiva de imprensa na última semana. 

Nem toda dose de reforço é terceira dose 

Os imunologistas e professores da UFSC, Daniel Mansur e André Báfica, explicam que tecnicamente não há nenhuma diferença entre os dois termos. Todas terceiras doses são doses de reforço, mas nem todas doses de reforço são terceira dose. 

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— Terceira dose é uma dose de reforço. É a mesma coisa. Por exemplo, no caso da vacina da Janssen, que é dose única, a dose de reforço é a segunda dose. Já no caso dos outros imunizantes que foram aplicados na maioria das pessoas no Brasil, a terceira dose é uma dose de reforço — explica Mansur.

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