Um novo estudo sugere que candidatos com nomes de sonoridade mais suave podem ter uma vantagem inesperada durante processos seletivos. A pesquisa investigou como o simbolismo sonoro pode influenciar vieses na hora da contratação.
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Pesquisadores da Universidade Carleton, no Canadá, observaram que nomes como Renee, Liam ou Noelle, que possuem consoantes suaves e fluidas, eram mais bem avaliados para algumas funções do que nomes como Greta, Tate ou Krista, que soam mais ásperos.
Teoria antiga
Esse trabalho é o mais recente a mostrar como fatores aparentemente irrelevantes, como o som de um nome, podem moldar percepções no recrutamento, mesmo quando há poucas informações concretas sobre o candidato.
As conclusões reforçam que preconceitos relacionados a nomes não se restringem a classe ou raça, mas também envolvem a própria fonética.
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Como foi feito o estudo
Os pesquisadores criaram anúncios de emprego que exigiam candidatos com níveis elevados em um dos seis traços de personalidade: honestidade-humildade, emotividade, extroversão, amabilidade, consciência e abertura a novas experiências.
Os voluntários do estudo precisavam escolher quem contratar para cada vaga, comparando pares de candidatos com nomes criados para enfatizar sons suaves (consoantes sonorantes) ou sons mais “duros” (consoantes oclusivas).
Em quatro experimentos, os resultados foram consistentes: nomes mais suaves foram vistos como mais adequados a funções que pediam honestidade, emotividade, empatia e abertura.
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Já nomes de sonoridade mais “picante”, como Tate ou Krista, foram associados à maior extroversão.
O papel do simbolismo sonoro
Esse tipo de julgamento está ligado ao simbolismo sonoro, fenômeno psicológico em que certos sons da fala são associados a características ou formas específicas.
Um exemplo é o chamado “efeito bouba/kiki”. Nele, pessoas de diferentes idiomas associam “bouba” a formas arredondadas e “kiki” a formas pontiagudas e afiadas.
Pesquisas anteriores já mostraram que nomes como Bob tendem a ser ligados a silhuetas redondas, enquanto nomes como Kirk são vistos como pontiagudos.
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Nessas situações, também foram atribuídos traços de personalidade diferentes, apesar de não haver diferenças reais em análises de mais de 1.000 pessoas.
No experimento atual, isso apareceu na comparação de pares como Molly e Katie, ou Liam e Tate.
Impacto nos processos seletivos
Mesmo quando só os nomes estavam disponíveis, os participantes preferiram aqueles mais suaves para determinadas funções, segundo os pesquisadores.
O efeito permaneceu, ainda que mais fraco, quando fotos e entrevistas em vídeo foram adicionadas, mostrando que o simbolismo sonoro continua influenciando mesmo diante de outras informações.
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Esse tipo de viés subconsciente pode tornar as contratações ainda mais complexas. Já se sabe que fatores como raça, idade e status socioeconômico afetam a seleção de candidatos. Agora, a sonoridade do nome também entra na lista de influências sutis.
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