Um rumo na vida. Essa pode ser a chave para você viver mais, indica uma pesquisa publicada nesta semana na revista Psychological Science. Segundo os estudiosos, encontrar um objetivo para a vida, seja ele qual for, e construir metas para alcançá-lo, tem o poder de aumentar a longevidade, independentemente da faixa etária.
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A força mental que move a busca por conquistar o que se almeja ajudaria a promover um envelhecimento saudável ao longo da vida.
– Ter um sentido para a vida e estabelecer metas globais para o que você deseja pode ajudá-lo a realmente viver mais tempo, independentemente de quando você encontra o seu propósito – disse Patrick Hiil, pesquisador do departamento de Psicologia da Universidade Carleton, em Ottawa, Canadá.
O estudo, realizado em parceria com a Universidade do Centro Médico Rochester, em Nova York, acompanhou durante 14 anos a saúde física e mental de mais de 6 mil americanos com idades entre 20 e 75 anos. No fim da pesquisa, 9% dos participantes haviam falecido. Aqueles que ainda estavam vivos tinham pontuado melhor em uma escala de objetivo na vida.
Para os mais velhos, com risco maior de mortalidade e sem a responsabilidade do trabalho, os pesquisadores haviam previsto que as metas de vida teriam um efeito mais forte. Mas o mesmo padrão foi mostrado em todas as faixas etárias, surpreendendo os autores.
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– Isso prova que quanto mais cedo alguém chega a um sentido na vida, mais tempo esses efeitos protetores poderão agir – afirmou Hill.
Ter um rumo na vida já havia sido apontado como um dos fatores aliados da longevidade, mas esse foi o primeiro estudo a isolar o efeito de outras influências psicológicas e sociais. Também é o primeiro a incluir grupos etários mais jovens.
Ainda não se sabe o motivo de um objetivo aumentar a expectativa de vida. Uma das possibilidades levantadas pelo estudo é a de que pessoas com um propósito definido cuidem mais de diversos aspectos da sua saúde, por acreditarem que algo bom lhes espera no futuro.
Vivendo mais e melhor
O que outras pesquisas sobre longevidade apontaram:
Ter amigos no trabalho
Segundo uma pesquisa israelense, o risco de morrer é 2,4 vezes maior para quem não tem amigos no emprego. Os cientistas acompanharam por 20 anos a vida de 820 adultos e frequentemente questionavam os participantes sobre as suas relações com os colegas. A maioria dos pesquisados que morreram ao longo da pesquisa não tinha amizade no emprego.
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Caminhar mais rápido
A velocidade em que você anda pode ser um indicativo de quantos anos você vai viver, segundo pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos EUA. De acordo com eles, quem caminha mais rápido tende a viver mais. A conclusão é feita com base em nove pesquisas anteriores que examinaram a velocidade, o sexo, a idade e o histórico médico de quase 35 mil pessoas. A explicação, segundo os pesquisadores, não está, necessariamente, em caminhar mais rápido. A expectativa de vida aumenta porque quem se move com mais agilidade demonstra vitalidade e saúde em dia.
Ser extrovertido
Os pesquisadores da Faculdade de Medicina Albert Einstein, nos Estados Unidos, buscaram compreender se a longevidade poderia ter alguma relação com os traços genéticos da personalidade. Para isso, selecionaram 243 pessoas com idade média de 97,6 anos e avaliaram a vida delas. Os estudiosos perceberam que a maioria era otimista, despreocupada e menos neurótica.
Ter mais massa muscular
Ser mais musculoso pode ajudar as pessoas mais velhas a viverem ainda mais. Segundo os pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles, a composição total do corpo é o indicativo mais fiel de saúde. Os estudiosos coletaram dados de mais de 3 mil pessoas com mais de 55 anos e concluíram que, quanto mais elevada a massa muscular, menor o risco de morte.