Ao suspender a Operação Métis, que prendeu policiais legislativos com a suspeita de obstrução da Lava-Jato, o ministro Teori Zavascki ajudou a apaziguar os ânimos entre os três poderes. A decisão saiu na véspera da reunião que coloca na mesma mesa Michel Temer, Renan Calheiros, Rodrigo Maia, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. Mais do que discutirem a segurança pública, tema oficial do encontro, os presidentes da República, Senado, Câmara e Supremo Tribunal Federal, mais o ministro da Justiça e outros colegas de Esplanada, tentarão demonstrar harmonia. Teori congelou a investigação da Polícia Federal, remeteu o caso da Justiça Federal para o STF e pediu explicações do magistrado Vallisney Oliveira, que autorizou a ação e foi chamado de “juizeco” por Renan. Por tratar de senadores, a operação deveria ter sido autorizada pelo STF. A decisão auxilia Temer, que depende da boa vontade de Renan para ver a PEC do teto de gastos avançar no Senado. Falando em gastos, a confusão levanta a necessidade de discutir atribuições e orçamento da polícia legislativa. Afinal, senadores usaram serviço custeado pelo contribuinte para ter arapongas de luxo, com interesse público zero.
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Presente

Presidente da OAB, Claudio Lamachia também participa da reunião de hoje sobre segurança pública. Ele foi convidado por sugestão da presidente do STF, Cármen Lúcia. Lamachia defende investimento maciço no sistema prisional, com abertura de novas vagas e contratação de pessoal.
Resmungo

Apesar da vitória da PEC do teto na Câmara, sobram reclamações da base sobre a articulação política do Planalto. O principal alvo é o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Além de nomeações represadas, parlamentares se queixam que sobra conversa e falta ação.
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