O mercado financeiro mundial mostrou preocupação nesta terça-feira (2) com as tensões crescentes entre Estados Unidos e China, agravadas pela visita da presidente da Câmara americana, Nancy Pelosi, a Taiwan.

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O índice que compara o dólar a uma cesta global de moedas subiu quase 1% após quatro dias de queda. No Brasil, a moeda americana à vista saltou 1,93%, a R$ 5,2770 na venda.

Declarações de dois membros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) também favoreceram a alta do dólar ao indicarem ao mercado a disposição da autoridade monetária em continuar a elevar juros nos Estados Unidos. O país tenta restringir a atividade econômica para controlar a maior inflação em 40 anos.

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A presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, disse estar intrigada com os preços do mercado de títulos que refletem expectativas de investidores de que o banco central passará a cortar os juros no primeiro semestre do próximo ano. Pelo contrário, ela afirmou que sua expectativa é de que o Fed continue aumentando os juros por enquanto e depois os mantenha por algum tempo.

O presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, também defendeu a elevação dos juros se a inflação não ceder.

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Bolsa sobe na contramão do Exterior

No mercado de ações brasileiro, o índice Ibovespa subiu 1,11%, a 103.361 pontos. No Exterior, porém, as principais bolsas caíam diante das preocupações sobre Taiwan.

Marcus Labarthe, sócio da GT Capital, considera que a busca de investidores por empresas que “estão amassadas” na Bolsa brasileira explica a resistência do Ibovespa nesta terça. “Vemos também o setor bancário positivo às vésperas dos balanços”, comentou.

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Em Nova York, o indicador S&P 500, parâmetro para o mercado acionário americano, caiu 0,67%. Na Europa, o índice que acompanha as 50 principais empresas da região perdeu 0,59%.

Na Ásia, a Bolsa de Hong Kong fechou com queda de 2,36%. Em Taiwan, o principal índice de ações caiu 1,56%. Papéis de fabricantes de chips foram prejudicadas com aumento de tensões geopolíticas.

“Os mercados recuaram nesta terça-feira com o noticiário global dando muito destaque para a visita da presidente da Camara do EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, debaixo de duras declarações e ameaças do governo chinês”, comentou a equipe da Ativa Investimentos.

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O barril do petróleo Brent cedia 0,35%, a US$ 99,68 (R$ 521,55) no início da noite, após um tombo de 9% na véspera, quando o mercado digeriu dados sobre a desaceleração da economia chinesa.

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Na segunda-feira (1º), o mercado de câmbio brasileiro fechou perto da estabilidade, enquanto a Bolsa caiu.

Além de um movimento de ajuste, com investidores embolsando lucros do mês passado, também pesou para a queda do mercado doméstico o desempenho negativo do setor de commodities.

Uma pesquisa privada realizada pelo Caixin e divulgada nesta segunda mostrou que a atividade industrial cresceu mais lentamente do que o esperado em julho, depois de ter melhorado em junho, quando foram levantados os lockdowns generalizados contra a Covid.

Um levantamento oficial divulgado no domingo já havia indicado que o setor realmente contraiu no mês passado, reportou a Reuters.

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Em julho, o Ibovespa subiu 4,69%, o maior crescimento mensal desde março. O movimento esteve alinhado ao do mercado americano. Em Nova York, o S&P 500 saltou 9,11% em julho, atingindo o maior ganho mensal desde novembro de 2020.

A alta dos mercados de ações no mês passado é associada por especialistas à perspectiva de que a desaceleração da economia dos Estados Unidos poderá evitar altas mais agressivas na taxa de juros do Fed.

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Com menos chances de obter ganhos mais altos com os juros do Tesouro americano, investidores se arriscaram mais no mercado de ações, o que também vem provocando desvalorização global do dólar.

No Brasil, o Copom (comitê de política monetária) do Banco Central divulgará a taxa básica de juros na quarta-feira (3) e uma alta de 0,5 ponto percentual é amplamente esperada, o que levaria a Selic para 13,75% ao ano.

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*Reportagem de Clayton Castelani